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Telefónica faz oferta superior pela GVT e eleva pressão na TIM
Para concorrentes, italianos perderam última chance de sobrevivência e saída é fatiar operação no Brasil
Possível compra de operadora permitiria aos espanhóis reforçar estratégias de vender combos 4 em 1
A francesa Vivendi escolheu negociar com os espanhóis da Telefónica a venda da GVT, deixando de lado a oferta da Telecom Italia e aumentando a pressão para que os italianos tomem alguma ação.
Nos bastidores, os controladores das rivais Vivo, Claro e Oi afirmam que "chegou a hora de arrumar a casa". Ou seja: se a Telefónica levar a GVT, não restarão mais empresas com rede fixa parruda disponíveis para compra.
Para eles, a Telecom Italia perdeu sua última chance de sobrevivência no mercado brasileiro e a saída seria a venda fatiada da TIM Brasil.
Já os italianos dizem ter virado a página e que a oferta pela GVT não foi um caso de vida ou morte. A estratégia agora é partir, com agressividade, para o leilão das faixas complementares do 4G.
A proposta da Telecom Italia foi de € 7 bilhões, 24% em dinheiro e a diferença em ações da Telecom Italia e da TIM, emitidas após a fusão.
A Vivendi, dona da GVT, disse que a oferta da Telefónica (de € 7,45 bilhões, sendo 60% em dinheiro e o resto em ações) estava mais alinhada com sua estratégia.
A possível parceria, que tem até três meses para ser fechada, pode criar um grande grupo internacional de serviços de telecomunicações e distribuição de conteúdo.
Para os espanhóis, como a oferta inclui papéis da Telecom Italia que pertencem à Telefónica, será mais um passo para a saída da operadora da empresa italiana --uma das exigências do Cade no Brasil para pôr fim à presença espanhola em Vivo e TIM.
Com a GVT, ela reforçaria a sua estratégia de oferecer combos 4 em 1 (telefone fixo, internet, TV por assinatura e telefonia móvel) para público fora de São Paulo.
Divisão
Mesmo com a disposição da Telecom Italia em apostar na TIM, é possível que, até lá, a oferta encabeçada pelo BTG Pactual pela compra da TIM seja enviada ao conselho da italiana antes do leilão do 4G, previsto para setembro.
A Oi entrou nesse negócio, e Claro e Vivo também devem fechar acordo.