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Commodities

Seca no Sul gera perdas para agricultores

Situação de emergência já foi decretada em 91 municípios; milho, soja, arroz, feijão e leite são os mais afetados

Fenômeno La Niña está entre os fatores que provocam a atual seca, que deve se prolongar até fevereiro

FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE

A estiagem que atinge a região Sul do país já levou 91 municípios a decretar situação de emergência e pode provocar uma perda bilionária na atual safra de milho.

No Rio Grande do Sul, a estimativa é que metade da produção seja perdida devido à falta de chuvas nos últimos meses. Isso geraria prejuízo superior a R$ 1 bilhão somente no Estado, dizem os produtores. As perdas ainda estão sendo contabilizadas e devem prejudicar também o feijão e o setor de leite.

No oeste de Santa Catarina, a quebra na colheita de milho é estimada em 20%. Os dois Estados são responsáveis por cerca de 15% da produção nacional do cereal.

A parte central e o noroeste gaúcho são as áreas mais atingidas. Uma das cidades que decretaram emergência é Santa Maria, que teve apenas 11% da chuva esperada para dezembro.

O setor de milho é o mais prejudicado porque a lavoura está em uma fase crucial de seu desenvolvimento. As espigas e os grãos estão com tamanho reduzido.

Boletim do Ministério da Agricultura já prevê também prejuízos no arroz e na soja colhidos na região.

No Rio Grande do Sul, já há 2.500 pedidos de perícia para um programa federal que suspende prazos de dívidas em casos de desastre. Uma força-tarefa vai produzir os laudos.

"Há regiões que perderam 100% [do milho]. E não chove há 40 dias. O plantio de soja está prejudicado, está nascendo de uma forma não ideal e deveremos ter quebra", diz Carlos Sperotto, presidente da Federação da Agricultura gaúcha.

LA NIÑA

O Paraná, principal produtor de milho do Sul, não está com cidades em emergência, mas também tem perdas. Ainda não há estimativa oficial, mas é certo que haverá quebra das produções de soja e de milho, segundo a Secretaria da Agricultura do Estado.

Um agravante, no oeste paranaense, é que os produtores plantaram as mudas mais cedo nesta safra, com a intenção de fugir das geadas do inverno.

Segundo o Ciram (órgão de meteorologia do governo de Santa Catarina), o fenômeno La Niña (resfriamento das águas do oceano Pacífico) está entre os fatores climáticos que provocam a atual estiagem. A situação deve se prolongar até fevereiro.

Cerca de 658 mil moradores já foram afetados no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, segundo a Defesa Civil nos Estados.

Colaborou ESTELITA HASS CARAZZAI, de Curitiba.

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