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Cortes fazem IBGE adiar censo agropecuário

Com redução de verba, Contagem de População também será adiada de 2015 para 2017

PEDRO SOARES DO RIO

Diante de um corte em seu orçamento, o IBGE se viu obrigado a postergar para 2017 duas importantes fontes de informação, que começariam a ser produzidas em 2015: a Contagem da População e o Censo Agropecuário.

A Contagem da População é realizada tradicionalmente de dez em dez anos, entre os censos. Serve para estimar a projeção anual da população e mensurar os fluxos de migração. Um dos principais fins é "calibrar" melhor a distribuição do Fundo de Participação dos Municípios.

Já o Censo Agropecuário visita cada uma das propriedades rurais brasileiras e levanta dados de seus donos e trabalhadores, tipos de cultivo e características, como áreas e outras. Desde 2006, os dados não são coletados.

O IBGE pleiteava R$ 776 milhões para iniciar em 2015 o planejamento desses levantamentos. Com a redução determinada pelo Ministério do Planejamento, ambos só ocorrerão em 2017.

Procurado, o ministério não se pronunciou até a conclusão desta edição.

No projeto de lei orçamentária enviado ao Congresso, o IBGE só foi contemplado com R$ 204 milhões em 2015. Em 2014, o valor, contingenciado no começo deste ano, deve ficar em R$ 193 milhões. São recursos necessários ao custeio, ou seja, à manutenção das pesquisas realizadas ao longo do ano.

PERDA DE QUALIDADE

Para Wasmália Bivar, presidente do IBGE, o adiamento da Contagem da População --que costuma ser feita entre dois censos-- é um problema, pois há perda de qualidade das estimativas de população anuais feitas pelo instituto.

Tal posição, diz, foi exposta ao governo.

"O IBGE não é uma ilha. Não estamos numa redoma", disse Bivar, ao justificar o corte, que tem atingido outros setores do governo.

Na negociação com o Planejamento, o IBGE conseguiu manter apenas a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) em 2015.

A pesquisa é um retrato da renda, despesa e consumo das famílias do país. Serve como base de ponderação para cada um dos itens que integram o IPCA, índice oficial de inflação do país.

Não é a primeira vez que a Contagem da População é adiada. Prevista para 1995, a primeira ocorreu em 1996, embora tenha respeitado o intervalo de cinco anos após o Censo (1991, que atrasou um ano, no governo Collor). A seguinte foi em 2007 (sob Lula, dois anos de atraso).

Um dos motes da greve do IBGE, que durou dois meses e terminou no mês passado, era o sucateamento da instituição, com redução de recursos e o consequente atraso nas pesquisas.


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