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Produção de veículo cresce só 0,7% em 2011

Aumento foi o menor dos últimos nove anos, pior que o resultado de 2009, quando o país sentiu os efeitos da crise

Montadoras no país produziram 3,4 mi de uinidades; participação dos importados nas vendas tem alta de 23%

Pedro Silveira - 29.nov.11/Folhapress
Linha de montagem da Fiat em Betim, MG; crescimento da produção se desacelera
Linha de montagem da Fiat em Betim, MG; crescimento da produção se desacelera

VENCESLAU BORLINA FILHO
DE SÃO PAULO

A produção de veículos (automóveis, utilitários, comerciais leves, caminhões e ônibus) no Brasil registrou, em 2011, o menor crescimento dos últimos nove anos.

Segundo balanço anual divulgado ontem pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o aumento foi de 0,7% no período.

Ao todo, foram produzidos 3.406.150 veículos. O pior resultado, até então, havia sido registrado em 2002. No período, a produção caiu 2,43%, segundo a Anfavea.

O crescimento obtido pela indústria automotiva foi menor até do que o registrado em 2009, quando o país sentiu os efeitos da crise financeira mundial de 2008.

Apesar disso, a produção anual bateu o recorde do setor, registrado em 2010. As vendas, segundo a Anfavea, cresceram 3,4% no ano e a participação de importados aumentou para 23,6%.

A direção da associação, que representa montadoras como Fiat, Volkswagen, GM (General Motors), Ford, Mercedes-Benz e Scania, não comentou os resultados ontem.

Para o diretor-presidente da consultoria Jato do Brasil, João Carlos Rodrigues, apesar do crescimento menor, a produção é significativa, sendo a maior dos últimos anos.

"O resultado não é algo negativo porque o que se tinha anteriormente era um crescimento desordenado, de mais de dois dígitos, e que não refletia a realidade", disse.

Segundo Rodrigues, o ano de 2011 foi de acomodação do mercado após a bolha surgida em 2010. "Vários fatores contribuíram, como a vinda de novos competidores."

Anteontem, o presidente da Ford para o Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira, afirmou que as vendas em 2011 foram menores porque "os resultados obtidos antes não eram sustentáveis".

O comportamento da indústria automotiva também foi diferente em 2011. Ela acompanhou muito mais de perto as ações econômicas do governo -ano em que estourou a crise na Europa.

Preocupada com a inflação, Dilma Rousseff adotou medidas para conter o crédito, o que desacelerou as vendas de veículos. Dados apontam que 60% das vendas se dão por financiamento.

VENDAS E EXPORTAÇÕES

As montadoras registraram, no total, vendas de 3,63 milhões de unidades em 2011 -um novo recorde. Em 2010, o resultado foi de 3,51 milhões de veículos.

A venda de importados saltou de 660.141 unidades em 2010 para 858.027 no ano passado. Segundo a Anfavea, também foi um novo recorde. A maior parte vem de países como a Argentina e o México -em que há isenção de Imposto de Importação.

A exportação de veículos cresceu 7,7% no ano, para 541.568 unidades. Em valores, o aumento foi de 16,8%. Ao todo, foram US$ 12,3 bilhões em carros exportados.

Já o estoque de veículos na indústria e na rede de distribuição somou 347.348 unidades no fim de dezembro. O número equivale a 30 dias de vendas. O setor fechou com 144.710 empregados nas montadoras, 6,3% a mais que em dezembro de 2010.

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