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Bradesco capta US$ 750 mi e Brasil deve levar US$ 10 bi

Empresas brasileiras levantam recursos com taxas menores do que a Itália

Produtoras de papel e celulose, siderúrgicas e concessionárias públicas devem captar recursos no exterior até março

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Mudou o humor do mercado global para o Brasil.

Depois de o Tesouro Nacional e da Vale captarem US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão com as menores taxas de juros da história (3,499% e 4,525%, respectivamente), ontem foi a vez de o banco Bradesco testar o apetite dos grandes fundos de investimento e gestores de recursos do mundo.

Em apenas duas horas de "esforço de venda", o Bradesco levantou US$ 750 milhões com taxa de 4,5%, piso do que tinha proposto aos investidores. Se quisesse, poderia ter levantado US$ 2 bilhões.

"O mercado reabriu para o Brasil. Não para qualquer um, mas para as empresas que têm boas histórias para contar", disse Renato Ejnisman, diretor do Bradesco BBI.

Empresas brasileiras de primeira linha, como Petrobras, os demais bancos privados e até o BNDES devem aproveitar nos próximos dias a "janela de oportunidade" que se abriu ao país para levantar dinheiro com as menores taxas já pagas.

Segundo o Itaú BBA, maior banco de investimento nacional, o Brasil tem condições de abocanhar perto de US$ 10 bilhões ainda neste trimestre. No ano passado como um todo, as captações somaram US$ 33 bilhões, sendo que praticamente não houve negócios no último trimestre.

"A captação do Tesouro mostrou que o apetite dos investidores por ativos brasileiros estava muito acima do que se imaginava. A gente pode esperar que muitas empresas retomem seus projetos de captação no início de 2012", disse João de Biase, diretor do Itaú BBA. O banco coordenou a captação do Brasil.

"Essas taxas são muito menores do que pagaram países como a Itália", disse Alexandre Aoude, diretor de renda fixa do Itaú BBA. Para rolar sua dívida, a Itália e as empresas locais pagam hoje cerca de 7% ao ano.

Diante da crise no final de 2010, algumas empresas brasileiras preferiram engavetar planos de captação com receio de se submeter a taxas elevadas. Agora, há o represamento das operações.

Na fila para captar no exterior estão Petrobras, BNDES, produtoras de papel e celulose, siderúrgicas, concessionárias de serviços públicos e construtoras.

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