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Commodities

Doenças prejudicam cafezais de SP e MG

Produção pode cair até 30% devido à pinta preta, que deixa as folhas amareladas e necrosa os galhos do café

Plantações mais afetadas estão na Alta Mogiana e no sul de Minas Gerais, grandes produtoras de arábica

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

Após florada uniforme no fim do ano passado, que prometia alta qualidade na próxima safra de café, a proliferação de doenças em cafezais da Alta Mogiana (SP) e do sul de Minas Gerais pode derrubar em até 30% a colheita nessas áreas.

O sul de Minas e a Alta Mogiana são as maiores regiões produtoras desses Estados e representam cerca de 42% da produção nacional de café arábica -o tipo de grão de maior valor no mercado.

Em um ano de alta bienalidade, como será a safra seguinte -o café produz mais frutos em um ano, e no outro, não-, a doença pode representar queda ainda mais drástica, já que os produtores esperavam atingir o resultado da colheita de 2010, recorde na cultura até então.

Reflexos do clima, como a alta amplitude térmica alternando noites frias e dias quentes, as geadas e os ventos fortes em áreas montanhosas deixaram as plantas suscetíveis à doença.

Chamada de pinta preta, a doença é causada por bactéria que deixa as folhas amareladas e necrosa os galhos, evitando a produção de frutos naquele ramo. Enfraquecida, a planta fica mais vulnerável também aos fungos.

Os casos começaram a aparecer com maior incidência em dezembro, segundo cooperativas de cafeicultores ouvidas pela Folha.

Na Cooparaíso (Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso), no sul de Minas, há cafezais que têm até 40% dos galhos infestados. A média na região é de 30%.

Na Alta Mogiana, em Franca (400 km de SP), cerca de 20% dos cafezais em produção estão afetados pela pinta preta, disse Anselmo Magno de Paula, gerente de comercialização de café da Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas).

"Mesmo com adubação e tratamentos preventivos, a incidência está absurda, é algo terrível", disse. Segundo Magno de Paula, a seca prolongada de 2011 deixou as plantas mais vulneráveis.

Com isso, a variação de temperatura entre dias e noites propiciou a proliferação de fungos e de bactérias.

Os pés de café que recebem sol só à tarde são os mais afetados. "São plantas que passam mais tempo do dia com o orvalho entre as folhas", disse Anselmo.

Não há como reverter o processo de infecção nas plantas já atingidas, disse Marcelo Almeida, engenheiro agrônomo da Cooparaíso. A alternativa é intensificar a pulverização para que a bactéria não se espalhe.

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