Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise

Revisão mostra país um pouco mais pobre

Dados corrigidos pelo IBGE, porém, mostram que a desigualdade caiu de modo agora um tanto relevante

Não se trata de reviravolta, embora os dados corrigidos sejam algo mais compatíveis com uma economia, um PIB, que cresce cada vez mais devagar

VINICIUS TORRES FREIRE COLUNISTA DA FOLHA

O país passou a ser um tico menos desigual, em termos de rendimento, mas ficou algo mais pobre, segundo os dados corrigidos da Pnad de 2013, divulgados na noite de ontem.

Em termos substantivos, a revisão foi pequena, muitíssimo menor que o de fato triste erro de uma instituição séria como o IBGE.

Em suma, o país melhora mais devagar agora, mas o bem-estar social ainda é crescente --a renda de todas as classes (decis, décimos da população) ainda melhora.

Segundo os dados errados, a distribuição de renda praticamente ficara na mesma entre 2012 e 2013. Na verdade, parecia ter estagnado desde 2011.

Os dados corrigidos agora mostram que a desigualdade caiu de modo um tanto relevante, mais ou menos como no biênio 2005-06 ou 2008-09 (considerados todos os rendimentos).

No caso dos rendimentos do trabalho, a desigualdade praticamente não mudou ante 2012, mas melhorou um tico em relação a 2011.

Em suma, o rendimento médio dos mais ricos, dos 10% mais ricos, cresceu bem menos do que se estimara equivocadamente na publicação original da Pnad (aliás, aconteceu a mesma coisa com os 10% mais pobres); o rendimento do 1% mais rico na verdade encolheu.

Na versão corrigida, o aumento da renda média foi menor, qualquer que seja o enfoque. A renda média do trabalho cresceu 3,8% de 2012 para o ano passado, não os 5,7% divulgados na quinta-feira.

O rendimento médio de todas as fontes aumentou 3,4%, e não 5,1%.

Trocando em miúdos, isso significa que, na média, o rendimento foi cerca de R$ 26 mensais menor do que o valor publicado na versão errada da pesquisa (na média, o rendimento foi de R$ 1.567 mensais em 2013).

Não se trata de reviravolta, embora os dados corrigidos sejam algo mais compatíveis com uma economia, um PIB, que cresce cada vez mais devagar.

DISPARIDADE

Enfim, um dos indicadores mais chocantes e revoltantes da Pnad, embora recorrente, continua a ser o da disparidade social: o rendimento médio do 1% mais rico é cerca de 40 vezes maior que o dos 40% mais pobres, tanto faz se na versão corrigida ou na equivocada.

Isto é, na versão original ou revisada, essa iniquidade continua a ser monstruosamente errada.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página