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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br
Varejo têxtil cresce 13,2% em média e indústria, 6,7%
O descompasso entre o crescimento da indústria e o do varejo têxtil nos últimos cinco anos ficou em 6,3 pontos percentuais em média.
Enquanto o faturamento das fabricantes avançou em uma média anual de 6,7%, o do comércio varejista se expandiu em 13,2%.
Os dados são de pesquisa encomendada a FGV Projetos (assessoria técnica da fundação) pela Abvtex (associação do varejo têxtil).
O estudo mostra ainda que a indústria, apesar de trabalhar com cerca de 85% de capacidade instalada, não consegue atender a demanda.
"Trabalhamos também com importações, mas nossa grande fornecedora é a fabricante nacional", afirma o diretor-executivo da entidade, Sidnei Abreu.
Os desembarques representam hoje 9,4% do mercado (4,9% no segmento têxtil e 14,3% no de vestuário). Um incremento de 5% na produção de peças de roupas reduziria a necessidade de comprar itens de outro país em 22%.
"As importações não têm a velocidade de fornecimento necessária. Com os 'fast fashion', precisamos colocar a roupa no ponto de venda o mais rápido possível. A indústria nacional precisa dinamizar sua produção."
Para atender o comércio as confecções precisariam de mais investimentos. Em 2013, eles ficarem em R$ 820,9 milhões -aproximadamente 30% do total aportado pelos varejistas no mesmo período.
A Abvtex defende desoneração e simplificação da carga tributária paga pelas confecções para que elas ampliem seus investimentos.
"Reforçamos esse pleito da indústria, já que o estrangulamento de um elo da cadeia afeta todo o setor."
COMPLICAÇÃO POÉTICA
A joalheria francesa Van Cleef & Arpels afirma estar satisfeita com o desempenho das vendas no Brasil, mas ainda não pensa em expansão de lojas.
"Prezamos a exclusividade. Mesmo nos Estados Unidos, diferentemente de outras joalherias, temos só sete unidades, uma em cada cidade escolhida", diz Alain Bernard, CEO da Van Cleef & Arpels para as Américas.
"Mas em um prazo mais longo, o Brasil também vai evoluir para isso", afirma.
A grife tem apenas uma loja no Brasil, localizada em São Paulo, que oferece joias e relógios, a preços que vão de R$ 2.000 (alianças) a milhões de reais.
Além da imagem do trevo, marca da grife, algumas peças fazem referência a temas relacionados a contos de fada.
"Todas as peças contam histórias nesta casa que nasceu do amor entre Alfred Van Cleef e Estelle Arpels -inclusive os relógios, com seus mecanismos complexos. É o que chamo de complicação poética."
O grupo Richmond, ao qual a Van Cleef & Arpels pertence, não divulga números da empresa no Brasil. O grupo possui também as marcas Cartier, Piaget, IWC, Officine Panerai e Jaeger-LeCoultre.
ACESSOS POR ÁRVORES
A BRF fechou um contrato com a GreenClick, de selos de certificação sustentável para websites, para neutralizar carbonos produzidos pelas páginas institucionais da companhia na internet.
A parceria, que tem duração de um ano, mas pode ser renovada, prevê a neutralização de 1,75 toneladas de gás carbônico por meio do plantio de 250 mudas.
"Muita gente não sabe, mas os servidores que hospedam sites emitem poluentes, pois usam equipamentos e consomem muita energia", diz Vagner Luis Pereira, diretor-executivo da GreenClick, que iniciou suas operações em janeiro deste ano.
A empresa desenvolveu um cálculo para computar quanto cada acesso emite de C02 e quantas árvores são necessárias para neutralizá-los e chegou à conclusão de que, a cada 10 mil visitas ao site por mês, é necessária uma nova árvore por ano.
"Temos um histórico de ações sustentáveis e essa iniciativa veio complementá-lo. Não conhecíamos esse tipo de serviço", afirma Andreia Dietrich, gerente da BRF.
A BRF não divulga valores pagos pelo serviço. A GreenClick atende 60 empresas.
REMÉDIO DE GRIFE
Quinze anos após a criação da Lei dos Genéricos, os remédios de marca continuam sendo mais populares no mercado brasileiro.
Levantamento da Orizon (empresa de soluções para o setor de saúde) aponta que 94% de seus entrevistados optam por esse tipo de medicamento. Foram consultadas cerca de 43,7 mil pessoas.
Do total, 39% só compram os produtos de marca e 55% utilizam também os genéricos. Pouco mais de 5% adquirem apenas genéricos.
Ainda segundo a pesquisa, um paciente que toma remédios de uso contínuo para controlar a hipertensão pode economizar 40% por ano com a substituição do medicamento de marca pelo genérico.
A diferença para quem tem diabetes pode chegar a 34%.
Batata... A Lutosa, empresa belga fabricante de batatas congeladas, vai investir cerca de R$ 12 milhões para ampliar suas operações no Brasil.
...belga Neste ano, o grupo aumentou em 20% o volume de vendas, com a importação brasileira de 21 mil toneladas da Bélgica.
Seguro... A seguradora Chubb abrirá um escritório em Florianópolis. Hoje, Santa Catarina é atendida por meio de um representante local.
...catarinense Além da matriz em São Paulo, a empresa tem unidades em Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Rio e Salvador.
BRASIL NA AULA DE ROUBINI
O economista Nouriel Roubini, conhecido como "Mr. Apocalipse" por sua visão pessimista, mostrou-se bem familiarizado com a política brasileira em aula na Universidade de Nova York na semana passada.
No curso de economia global do MBA, o tema era "teorias e evidências nas recentes crises financeiras", em especial na de 2008, que ele foi um dos poucos a prever.
Para falar de incertezas, o professor tomou de um ex-secretário americano da Defesa a expressão "conhecidos/desconhecidos", em referência a riscos que vão se materializar no futuro, de um jeito ou de outro.
"O mundo econômico é hoje caracterizado por muitos 'conhecidos/desconhecidos'", afirmou. E aí vieram os exemplos do Brasil:
Conhecido/Conhecido:
[Aécio] Neves provavelmente não será eleito presidente
Conhecido/Desconhecido:
O próximo presidente será Rousseff ou [Marina] Silva
Desconhecido/desconhecido:
A morte do candidato presidencial Campos