Mercado aberto
MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br
Setor ceramista amplia produção no Nordeste
Para atender o mercado local e de olho em insumos necessários para a fabricação de revestimentos cerâmicos, como gás natural e argila, indústrias do setor investem na produção no Nordeste.
O grupo sergipano Escurial vai implantar duas novas linhas de pisos e azulejos em sua unidade de Nossa Senhora do Socorro, na região metropolitana de Aracaju.
Com um investimento de R$ 70 milhões, a expansão vai mais que dobrar a capacidade da empresa, hoje em cerca de 1 milhão de metros quadrados por mês.
"Ainda existe uma demanda reprimida no Nordeste. Hoje, do total de revestimentos cerâmicos consumidos na região, cerca de 20% precisam ser trazidos do Sul e do Sudeste", diz Celso Hiroshi Hayasi, presidente do grupo.
"Como é um material pesado, esse transporte encarece o frete e, consequentemente, o preço do produto", afirma.
Além de aumentar o volume produzido, o aporte também vai permitir a inclusão de novos formatos de pisos.
A companhia atende principalmente o varejo, com produtos destinados aos segmentos B e C. Na venda para construtoras, a maior parte vai para empreendimentos imobiliários populares.
"Mesmo com o cenário [de desaceleração da economia], o Nordeste ainda tem crescido um pouco acima da média do país", afirma Hayasi.
No Rio Grande do Norte, outras duas ceramistas planejam fábricas --uma delas do grupo Elizabeth, com aporte de R$ 250 milhões.
A catarinense Portobello, por sua vez, constrói uma planta de R$ 210 milhões em Marechal Deodoro (AL).
Obrigatório, seguro para condomínio se estabiliza
Previsto em lei, o prêmio do seguro condomínio cresceu 2,3% de janeiro a agosto de 2014 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a CNseg.
"Além da concorrência, que resulta na redução de preços, a alta de só 2,3% em prêmio se explica também pela compra de seguros com poucas coberturas adicionais", diz Walter Pereira, diretor da Zurich.
"Crescemos mais do que em 2013", afirma Marcos Ferreira, presidente do BB e Mapfre nas áreas de auto e seguros gerais.
Até setembro o Grupo BB Mapfre emitiu R$ 36,8 milhões de seguro condomínio do total de R$ 809 milhões dos seguros massificados tradicionais. A modalidade condomínio representa 4,5% do total dessa área.
O seguro é contra incêndio, raio e explosão que atinjam a estrutura do prédio residencial ou comercial, não para as suas unidades. O síndico é responsável pela contratação e pode ser acionado civilmente por erro ou omissão.
Além dessa proteção básica, condomínios costumam contratar entre cinco e seis coberturas adicionais, como as de danos elétricos, responsabilidade civil e seguro de vida para os funcionários.
A Tokio Marine, que estima fechar o ano com a emissão de R$ 35 milhões no segmento, afirma ter ganho mercado por diferenciais como descontos para propriedades com menos de um ano de construção ou sem elevador e pagamento parcelado.
"O market share subiu para 9,31% no primeiro semestre, quase o triplo da participação de 3,81% registrada no mesmo período de 2013", diz Marcelo Goldman, diretor da área na seguradora.
DISTRIBUIÇÃO DE SANTINHO
Os santinhos distribuídos na campanha eleitoral vão elevar em até 10% a produção anual do segmento promocional do setor gráfico.
Dados prévios da Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica) apontam para um incremento de 5% a 10% nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
No Sul e no Sudeste, a expansão de cerca de 5% deverá ser anulada pelo desempenho fraco registrado nos meses anteriores.
"Nessas regiões, a campanha feita nas redes sociais é mais intensa. No restante do país, ela não é tão forte na internet", diz o presidente da entidade, Levi Ceregato.
O faturamento da área promocional representa aproximadamente 12% do total do setor, que ficou em R$ 44 bilhões no ano passado.
Apesar da alta no segmento, o mercado gráfico deverá fechar o ano com uma queda de 3% na produção, ainda segundo a Abigraf.
contrato verde
A Enfil, de soluções ambientais, será responsável pelos serviços de tratamento de água e efluentes durante a implantação da fábrica de fertilizantes da Petrobras em Uberlândia (MG).
A companhia foi contratada por R$ 25 milhões pelo consórcio Toyo-Setal, responsável pela construção da planta. O trabalho terá duração de 14 meses.
"Em todos os processos industriais, o sistema de tratamento de água é o primeiro a ficar pronto, para que sejam testados os outros setores da planta antes da inauguração", diz Franco Tarabini Jr, sócio-diretor da Enfil.
A ação prevê o tratamento de 500 m³ de água por hora, o suficiente para abastecer todo o empreendimento.
Desse total, 270 m³ serão destinados à reposição de água das caldeiras. O processo requer a dessalinização da água para não danificar as tubulações, segundo Tarabini.
O contrato também prevê o tratamento de esgoto da obra, que emprega cerca de 400 funcionários.
"Depois que a unidade entrar em operação, em 2016, os serviços serão responsabilidade da Petrobras."
230 m³
será o volume de água tratado por hora para o reuso
R$ 570 milhões
é o volume de contratos fechados pela Enfil no acumulado deste ano
despreparo digital
A indústria de seguros mundial espera grandes mudanças nos próximos dez anos com a entrada de novas tecnologias, segundo 60% dos executivos do setor entrevistados pela EIU (Economist Intelligence Unit).
Quase 40% dos ouvidos afirmaram que a área de distribuição deverá ser a mais afetada. Em seguida, apareceram a de serviço (32%) e a de produtos (30%).
Apesar de estar ciente das possíveis transformações, pouco menos da metade (46%) disse que suas empresas estão bem preparadas para enfrentá-las.
O relacionamento com clientes deverá ser o principal destino dos investimentos da empresas consultadas.
ICMS ARREMATADO
A Desenvolve SP (agência de fomento paulista) homologou nesta terça (14) o resultado de seu quarto leilão de créditos de ICMS. Foram vendidos R$ 19 milhões para uma indústria automobilística.
A proposta vencedora do certame apresentou um deságio de 1,42%, bem menor do que o máximo estabelecido no edital, que era de 6%.
Ao todo, seis empresas participaram da disputa, de acordo com a instituição.
Os créditos vendidos no leilão são provenientes do setor avícola, que recebeu incentivos do governo. Após decreto, abatedouros e produtores de aves passaram a receber, em créditos de ICMS, 5% do valor de suas vendas.
Os empresários puderam usar esse saldo como garantia de empréstimos que tomaram com a Desenvolve SP. Como os prazos venceram e as garantias foram executadas, os créditos foram a leilão.
Desde 2013, cerca de R$ 80 milhões já foram leiloados.