Valor das estatais encolhe R$ 200 bilhões
Com queda do preço das ações durante governo Dilma, valor de mercado de Petrobras, BB e Eletrobras cai 40%
Perdas foram puxadas por represamento de tarifas; investidores mantêm pessimismo sobre desempenho
Com nova rodada de pessimismo entre os investidores, o valor de mercado das principais estatais federais com ações negociadas na Bolsa caminha para os níveis mais baixos do governo Dilma.
Juntas, Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobras valiam quase R$ 500 bilhões ao final do segundo mandato de Lula.
Pelas contas mais atualizadas da Bolsa, eram R$ 300 bilhões na abertura do pregão desta quinta-feira (23).
Como as ações das três companhias caíram mais durante os negócios do dia, a desvalorização acumulada já ultrapassou os R$ 200 bilhões.
Ao longo do governo da petista, as perdas foram puxadas por políticas como o represamento de tarifas e preços monitorados, que afetaram especialmente a Petrobras e a Eletrobras.
A primeira, de longe a maior empresa controlada pelo Tesouro Nacional, ostenta a maior desvalorização em valores absolutos, na casa dos R$ 170 bilhões; mas é a segunda que tem a maior queda em termos proporcionais, em torno de 70%.
A queda das ações ganhou novo impulso nesta semana, com a divulgação de pesquisas em que Dilma apareceu à frente do tucano Aécio Neves na disputa presidencial.
Durante a campanha, a presidente defendeu sua política econômica e não indicou mudanças, a não ser a troca de comando no Ministério da Fazenda.
Por isso, os investidores se mantêm pessimistas quanto às perspectivas de rentabilidade das empresas federais em caso de reeleição.
A desabada recente das ações anulou a recuperação ensaiada neste ano.
O valor de mercado da Petrobras havia chegado a R$ 295,6 bilhões no final de agosto, quando a então candidata Marina Silva (PSB) havia disparado nas pesquisas para o segundo turno das eleições presidenciais.
O montante significava uma alta de expressivos 37,7% no ano, que ajudou a puxar o índice geral da Bolsa.
Naquele mês, o ministro Guido Mantega (Fazenda) citou a melhora do mercado para sustentar que o país não vivia uma crise econômica.
Agora, porém, a estatal, que está no centro de uma investigação da Polícia Federal sobre o pagamento de propinas, já vale menos que no final do ano passado.