Aluguel de imóvel só acompanha a inflação
Variação de preços em SP vai a 3,5% em 12 meses, a mesma do IGP-M
Movimento é reflexo do desaquecimento no mercado imobiliário; apartamentos de um quarto sobem mais
O preço do aluguel de imóveis residenciais na cidade de São Paulo está em desaceleração, como reflexo do desaquecimento no mercado imobiliário.
Com isso, o inquilino ganha força para negociar, principalmente no segmento de casas e apartamentos de dois e três dormitórios, que apresentam as menores altas.
Considerando os valores negociados nos novos contratos de aluguel em geral, a alta em setembro foi de 3,5% em 12 meses, segundo pesquisa do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário) com cerca de cem imobiliárias.
Com a desaceleração nos valores cobrados (veja quadro nesta página), a variação do aluguel em setembro de 2014 somente acompanhou a inflação medida pelo o IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado), que também registrou alta de 3,5% em 12 meses.
"Na negociação, os proprietários estão entendendo que é melhor alugar recebendo um pouco menos do que ficar com o imóvel parado", diz Mark Turnbull, diretor de gestão patrimonial e locação do Secovi-SP.
Turnbull acrescenta que o momento é propício para o inquilino pesquisar bem as unidades em oferta, já que a chance de conseguir descontos é maior.
"O preço da locação acompanha o valor do imóvel. Se os preços na venda estão desacelerando, a locação vai acompanhar essa desaceleração", completa Fernando Sita, diretor-geral de terceiros (imóveis usados) da imobiliária Coelho da Fonseca.
POR DORMITÓRIO
Ao procurar um imóvel, o locatário terá mais chances de conseguir um preço mais baixo por metro quadrado se centrar sua busca em casas ou apartamentos de dois e três dormitórios.
Isso porque a variação dos preços desses segmentos em 12 meses foi de 2,0% e 0,1%, respectivamente. Já o imóvel de um dormitório apresenta elevação de 4% na mesma base de comparação.
Essa alta mais acentuada se explica principalmente porque a oferta de imóveis de um quarto ainda é escassa na cidade. Já a demanda, formada principalmente por estudantes, casais sem filhos e solteiros, segue elevada.
Nos últimos anos, as incorporadoras investiram na construção de imóveis com esse perfil, mas a maior parte dos projetos, normalmente de alto padrão, ainda está em obras. Quando ficarem prontos, devem ajudar a equilibrar oferta e demanda.