TAM e LAN vão operar com marca única
Novo nome das companhias aéreas, que concretizaram fusão em 2012, deve ser anunciado antes do fim do ano
Empresa faz plano de redução de custos para os próximos três anos e prevê economia de US$ 650 mi até 2018
As companhias aéreas LAN e TAM vão operar sob uma única marca. O anúncio será feito nas próximas semanas, e a estimativa é que dentro de um ano e meio o passageiro não perceba mais diferença ao embarcar em um voo de uma ou de outra empresa.
Em uma entrevista na sede do Grupo Latam, em Santiago do Chile, o presidente-executivo do grupo, Enrique Cueto, disse que a nova marca pode ser tanto a junção dos nomes das empresas chilena e brasileira quanto um nome completamente diferente.
O que é certo é que está descartada a manutenção das duas bandeiras, como aconteceu na fusão da Air France com a KLM ou na compra da Iberia pela British Airways.
Outra hipótese rechaçada é a de renomear a TAM como LAN Brasil, a exemplo do que a LAN faz com suas subsidiárias na América Latina (LAN Peru, LAN Argentina etc.). A nova marca está sendo elaborada em conjunto com a consultoria Interbrand.
FRUSTRAÇÃO
Passados pouco mais de dois anos da concretização da fusão de TAM e LAN, Cueto afirmou que os resultados não saíram como o esperado e atribuiu isso à virada no cenário econômico.
"Há quatro anos, a América Latina era a região do mundo que mais crescia, e todas as companhias passaram a voar para cá. A concorrência aumentou muito, e o Brasil, em vez de crescer 7%, cresce menos de 1%", disse, lembrando ainda que a fusão, anunciada em 2011 e efetivada em junho de 2012, demorou devido a exigências dos órgãos de defesa da concorrência no Chile.
"Mas se equivocam aqueles que dizem que a fusão foi um mau negócio para o investidor. A TAM é rentável no Brasil, que é o terceiro maior mercado doméstico do mundo."
A LAN era a queridinha do mercado financeiro até se unir à TAM, mas teve sua classificação de risco rebaixada devido, principalmente, aos resultados negativos no Brasil. "Esperamos reconquistar o grau de investimento em 2018", diz Cueto.
Para elevar a rentabilidade, o grupo anunciou uma redução de custo de 5% até 2018. "Ela será gradual, mas, em 2018, nosso custo anual será US$ 650 milhões menor que o de 2013 (US$ 12,3 bilhões)", diz o presidente da TAM S.A., Marco Bologna.
CORTES
Essa redução de custos virá de diferentes fontes: de processos de gestão já implementados à chegada de aviões mais eficientes, como os 27 jatos Airbus-350, encomenda de US$ 7 bilhões cujas primeiras entregas estão previstas para o fim de 2015.
Tampouco estão descartadas demissões. "Na área operacional existe uma rotatividade natural de 10% que não vamos repor", diz Cueto.
Sem dar números, o empresário diz que os maiores cortes devem ocorrer na área corporativa, principalmente na sede, devido à simplificação e à informatização de processos. Até 2018, a empresa investirá US$ 100 milhões em tecnologia da informação.
GRUPO LATAM /2013
FATURAMENTO US$ 13,266 bilhões
PREJUÍZO US$ 281 milhões
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS 52 mil
TOTAL DE DÍVIDA LÍQUIDA US$ 7,269 bilhões
PRINCIPAIS CONCORRENTES Gol, Avianca