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Tim Cook, presidente da Apple, anuncia em revista que é gay
Executivo é o primeiro líder de uma das 500 maiores empresas dos EUA a se manifestar
O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, 53, anunciou publicamente nesta quinta-feira (30) que é gay. Trata-se do primeiro líder de uma das 500 maiores empresas dos Estados Unidos a assumir essa orientação sexual.
Cook, que chegou ao cargo em 2011, depois da morte de Steve Jobs, escreveu em um ensaio na revista "Bloomberg Businessweek" que nunca negou sua sexualidade e que vários colegas da empresa estavam cientes do fato.
Entretanto, nunca havia falado do assunto publicamente, o que, afirmou, o fez se sentir como beneficiário do "sacrifício de outras pessoas" --sem precisar brigar por direitos iguais já que outros deram a cara a bater antes.
"Tenho orgulho de ser gay e considero que ser gay está entre os melhores presentes que Deus me deu", escreveu, explicando que isso o ensinou a se colocar no lugar de outras pessoas e a compreender o que é ser minoria.
O líder da Apple já era publicamente um defensor das causas LGBT. No ano passado, ele escreveu um artigo para o jornal "Wall Street Journal" em apoio a um projeto de lei nos EUA que protegesse gays, lésbicas e transgêneros no mercado de trabalho.
Na segunda-feira (27), ao ser indicado à Academia de Honra do Alabama, ele afirmou que seu Estado natal era "muito lento" em relação aos direitos da comunidade LGBT --ali, é possível usar a orientação sexual para demitir.
Ativistas e profissionais de recursos humanos dizem que um dos problemas para o avanço dos direitos dos profissionais gays é a falta de modelos de sucesso no topo das empresas.
As grandes companhias, como as de tecnologia do Vale do Silício, tentam se mostrar abertas ao tratamen- to igualitário não só como forma de melhorar a imagem perante a sociedade mas como forma de atrair bons profissionais.
A organização Human Rights Campaign divulga anualmente um ranking com as empresas que mais promovem a igualdade.
Cook diz em seu texto que a Apple sabe que "só pode crescer quando valoriza as diferenças entre as pessoas".