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American Airlines pode devolver aviões

Americana deve apresentar até março proposta de renegociação de dívida de US$ 900 milhões com o BNDES

Dívida corresponde ao saldo de financiamento de US$ 3 bi para a aquisição de 198 aeronaves da Embraer

DENISE LUNA
DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deve receber entre o fim de fevereiro e o início de março uma proposta formal de renegociação da dívida de US$ 900 milhões que a companhia aérea americana American Airlines (AA) tem com o banco.

O valor é o saldo de um financiamento total de US$ 3 bilhões usado para a compra de quase 200 aviões da Embraer entre 1998 e 2002 para a sua divisão regional, a American Eagle.

Os aviões são parte da garantia do empréstimo e poderão voltar para o BNDES, que colocaria as unidades à venda -como já fez há dois anos, quando retomou aeronaves da inadimplente Mesa Airlines, também americana.

No caso da AA, no entanto, a empresa é que vai dizer ao BNDES quantas aeronaves vai devolver, de acordo com seu plano de recuperação.

O financiamento para a compra das aviões pela AA ocorreu no âmbito das linhas de exportação do banco.

A Embraer recebeu em reais os recursos para construir as aeronaves dos tipos 135, 140 e 145. Para saldar a dívida, a AA pagava ao BNDES em dólares.

A AA entrou em recuperação judicial em novembro, recorrendo ao Capítulo 11 da legislação americana, que permite que uma empresa continue operando enquanto se reestrutura financeiramente.

Por esse instrumento, segundo o advogado Gilberto Deon, sócio do escritório Veirano Advogados, as empresas em recuperação judicial têm o prazo de 120 dias desde a adesão ao Capítulo 11 para apresentar à corte judicial o plano de recuperação, prazo que pode ser prorrogado.

No caso da AA, a Corte de Falências do distrito sul de Nova York terá que aprovar o acordo a ser proposto ao banco brasileiro.

Apesar do pedido de recuperação, a empresa não deixou de pagar o empréstimo ao banco e tomou a iniciativa de abrir as conversas para renegociar o restante da dívida no final de 2011.

Segundo uma fonte do mercado, o BNDES pode ficar tranquilo em relação ao cumprimento do acordo por parte da AA, já que o fato de ter feito uso do Capítulo 11 e ter proposto um acordo dá garantias ao credor de receber toda a dívida.

Todas as 198 aeronaves do contrato financiado pelo BNDES foram entregues e estão em operação na American Eagle. São 118 aeronaves do modelo Embraer 145, 59 Embraer 140 e 21 Embraer 135.

OPORTUNIDADE

Por meio de nota, Paulo César de Souza e Silva, vice-presidente executivo da Embraer para o mercado de aviação comercial, disse que a reestruturação da AA pode representar uma nova oportunidade de negócio.

"Quando sair do Capítulo 11, a American Airlines deverá ter um custo bem mais baixo e poderá competir e investir de forma a se tornar novamente uma das principais empresas aéreas", disse.

"Ainda não sabemos ao certo quantas aeronaves regionais permanecerão na sua frota. Acreditamos que será a maioria. Poderá haver também novas oportunidades de negócios, com jatos maiores, como os E-Jets. Mas temos que aguardar para saber os planos da AA."

Colaborou MARIANA BARBOSA, de São Paulo

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