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Commodities

Americanos testam suco de laranja brasileiro

Governo vai checar presença de fungicida vetado; preços disparam

Não há plano imediato para barrar ou recolher o produto, pois nível do fungicida não apresenta risco à saúde

Chris O'Mera - 4.jan.12/Associated Press
Lavoura de laranjas na Flórida; temor de que o frio afete a produção impacta as cotações
Lavoura de laranjas na Flórida; temor de que o frio afete a produção impacta as cotações

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON
TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

O governo dos EUA vai testar o suco de laranja importado do Brasil para checar a presença de um fungicida vetado no país. Temores de que o produto seja tirado das prateleiras ou barrado nos portos levaram os preços no mercado futuro a atingir seu maior nível em 34 anos.

O anúncio foi feito ontem pela FDA, agência que supervisiona alimentos e remédios nos EUA, em carta à indústria americana 13 dias após receber o alerta de uma empresa local que detectara níveis baixos do pesticida carbendazim em suco brasileiro.

O fungicida é usado no Brasil para combater pestes como ponta-preta e estrelinha. Mas é ilegal nos EUA para uso na laranja desde 2009.

"Como as aduanas estavam aceitando o suco com baixíssimos níveis de carbendazim, a produção continuou", disse à Folha Christian Lohbauer, presidente da CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos).

Testes feitos pela agência ambiental americana (EPA) concluíram que o carbendazim em baixos níveis não oferece risco. Mas a FDA fará seus próprios exames -inclusive nos carregamentos em portos, onde vetará a entrada de suco com o pesticida.

"Se toda a carga que apontar presença acima de zero não entrar, o resultado para todo o setor será catastrófico", diz Lohbauer. A safra de laranja já foi colhida, e seria quase impossível, neste ano, vender suco aos EUA.

O Brasil é o maior exportador de suco de laranja do mundo, e cerca de 15% de seus embarques vão para os EUA. Nos mercados americanos, o produto brasileiro custa menos que o suco local.

Não há, porém, plano para recolher o produto já no mercado, a menos que sejam identificados "níveis que representem risco à saúde".

Ainda assim, os preços do suco no mercado futuro, em alta ante o risco de uma frente fria atingir a colheita na Flórida, dispararam. O contrato para janeiro saltou 9,7%, para US$ 2,127 a libra (453 g) -o maior nível desde novembro de 1977.

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