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Commodities Americanos testam suco de laranja brasileiro Governo vai checar presença de fungicida vetado; preços disparam Não há plano imediato para barrar ou recolher o produto, pois nível do fungicida não apresenta risco à saúde
DE WASHINGTON TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO O governo dos EUA vai testar o suco de laranja importado do Brasil para checar a presença de um fungicida vetado no país. Temores de que o produto seja tirado das prateleiras ou barrado nos portos levaram os preços no mercado futuro a atingir seu maior nível em 34 anos. O anúncio foi feito ontem pela FDA, agência que supervisiona alimentos e remédios nos EUA, em carta à indústria americana 13 dias após receber o alerta de uma empresa local que detectara níveis baixos do pesticida carbendazim em suco brasileiro. O fungicida é usado no Brasil para combater pestes como ponta-preta e estrelinha. Mas é ilegal nos EUA para uso na laranja desde 2009. "Como as aduanas estavam aceitando o suco com baixíssimos níveis de carbendazim, a produção continuou", disse à Folha Christian Lohbauer, presidente da CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos). Testes feitos pela agência ambiental americana (EPA) concluíram que o carbendazim em baixos níveis não oferece risco. Mas a FDA fará seus próprios exames -inclusive nos carregamentos em portos, onde vetará a entrada de suco com o pesticida. "Se toda a carga que apontar presença acima de zero não entrar, o resultado para todo o setor será catastrófico", diz Lohbauer. A safra de laranja já foi colhida, e seria quase impossível, neste ano, vender suco aos EUA. O Brasil é o maior exportador de suco de laranja do mundo, e cerca de 15% de seus embarques vão para os EUA. Nos mercados americanos, o produto brasileiro custa menos que o suco local. Não há, porém, plano para recolher o produto já no mercado, a menos que sejam identificados "níveis que representem risco à saúde". Ainda assim, os preços do suco no mercado futuro, em alta ante o risco de uma frente fria atingir a colheita na Flórida, dispararam. O contrato para janeiro saltou 9,7%, para US$ 2,127 a libra (453 g) -o maior nível desde novembro de 1977. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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