Vagas formais voltam a crescer em novembro, mas ritmo é fraco
Ano deve fechar com o pior resultado desde pelo menos 2002
Depois de um outubro de corte de vagas, o mercado de trabalho formal brasileiro voltou a contratar em novembro, mas com um desempenho "modesto", na avaliação do próprio governo.
As contratações com carteira assinada superaram as demissões em 8.381, informou o Ministério do Trabalho. É o resultado mais fraco para o mês desde 2008 e 82% inferior ao registrado em novembro do ano passado, quando foram criados 47,5 mil postos.
Mesmo assim, o ministro Manoel Dias afirmou ter sido um resultado surpreendente, já que a tendência é novembro ser mais fraco nas contratações do que outubro --que neste ano registrou uma baixa de 30 mil vagas.
Dias anunciou os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) em Florianópolis. Para ele, houve um atraso nas contratações de fim de ano no comércio, em razão do cenário de incerteza com as eleições.
De janeiro a novembro, foram 938 mil novos postos de trabalho criados. No acumulado do ano, é o pior resultado desde 2003, quando foram criadas 861 mil postos.
Como dezembro é um mês marcado por demissões, sobretudo pelo fechamento de vagas temporárias criadas para atender a demanda de fim de ano, o governo espera encerrar o ano com a criação de 700 mil vagas, o que será o pior resultado desde pelo menos 2002, início da série disponibilizada pelo ministério.
A expectativa, portanto, é que sejam demitidos cerca de 200 mil trabalhadores neste dezembro, menos da metade das vagas fechadas em dezembro do ano passado --508 mil.
As baixas mais expressivas do mês ocorreram na construção civil, que fechou 48,9 mil vagas, no segundo mês seguido de demissões.
Novembro foi o pior mês no ano para o emprego na indústria, setor em que 43,7 mil postos foram fechados. A indústria de transportes, na qual estão incluídas as montadoras, vem demitindo há oito meses. Em novembro, foram 2.800 vagas a menos.
Os empregos na agricultura também tiveram queda expressiva --foram 32,1 mil vagas fechadas em novembro, sobretudo em razão das demissões nos canaviais.
Em compensação, o comércio foi o setor com melhor desempenho nas contratações, com a criação de 105 mil postos de trabalho.