Foco
Casas de fadas têm mercado próprio nos Estados Unidos
"Estou interessado em comprar uma casa de fada", eu disse ao primeiro atendente telefônico da Bank of America Home Loans, a divisão de hipotecas do banco.
"Você fala de uma estrutura para fadas?", perguntou pelo telefone um dos atendentes do banco, Peter Herr. "Nunca ouvi esse termo."
O Pinterest, por exemplo, tem mais de 5.000 painéis dedicados a casas de fada. O site de artesanato Etsy, que está ingressando aos poucos no mercado de imóveis, mais de 2.000 ofertas de casas de fada e mobília artesanal. É lá que Debbie e Michael Schramer oferecem sua Fairy Treehouse, por US$ 100 mil, e mais duas propriedades na faixa de preços de entre US$ 1.000 e US$ 24 mil.
Alguns dos construtores do Etsy são parte da antologia "Fairy Homes and Gardens", que a Schiffer Publishing lança por US$ 24,99.
Eu estava procurando uma casa de fada para meu filho, Bear, 6, e minha filha Bea, 8. O Bank of America, porém, não pretendia me emprestar o dinheiro.
É tentador pensar que cada casa de fadas é construída sem encomenda. Isso tem sido barreira para a maior parte dos arquitetos residenciais, que raramente trabalham em escala miniaturizada.
Uma exceção é Andy Berheimer, 46, sócio diretor de seu escritório de arquitetura e diretor do programa da Parsons the New School for Design, em Manhattan.
Em colaboração com sua irmã, Kate Bernheimer, autora de livros de fábulas, Bernheimer desenvolveu uma série de projetos e ilustrações baseados em contos de fadas para o site Design Observer.
A recessão, diz, prejudicou muito a Bernheimer Architecture. E o arquiteto decidiu realizar projetos imaginários.
A primeira planta que ele criou para uma casa de fada foi para Baba Yaga, uma feiticeira russa que vive em uma casa com pés de galinha.
Em última análise "estou desenhando para um cliente", ele diz.
As casas de fadas do Pinterest, afirma, não sofrem essas limitações. "No caso delas não há clientes. E não digo isso como crítica".