Caro Dinheiro
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Tesouro Direto rende mais que poupança mesmo com taxa de 0,5%?
A.Z.T. (São Paulo, SP)
Assim como a poupança, a aplicação em papéis do Tesouro Nacional também é um instrumento bastante conservador. Nessa modalidade, o investidor realiza uma espécie de empréstimo para o governo e, caso aguarde o período contratado, receberá o valor estipulado no momento da compra.
Só não será pago o valor devido em casos de calote do governo, uma realidade ainda distante no Brasil.
Considerando o prazo de cinco anos que você menciona como horizonte de investimento para seus recursos, há uma NTN-B (Nota do Tesouro Nacional --Série B) Principal com vencimento em 15 de maio de 2019 com pagamento bruto anual previsto de 5,99% ao ano (dado da última segunda-feira, 12) acrescido do IPCA (índice oficial de inflação).
Ou seja, diferentemente da poupança, o Tesouro garante a manutenção do poder de compra do investidor, pois remunera sempre acima da inflação, neste caso, em 5,99% anuais.
E, mesmo com os custos envolvidos na ferramenta, ela ainda se mostra bem mais vantajosa do que a poupança. Esses gastos são relativos à taxa de custódia, que fica em 0,3% ao ano, IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), incidente apenas para aplicações com prazos inferiores a 30 dias, Imposto de Renda decrescente e taxas administrativas.
Para o prazo de cinco anos, a alíquota de imposto praticada é a menor possível: 15%.
Em relação às taxas administrativas, a média esperada é de 0,3% e, segundo o site do Tesouro Nacional, existem corretoras ativas que não as cobram. Dessa forma, os 0,5% sugeridos podem ser considerados bastante elevados, havendo margem para negociação com a instituição.
Como alternativa, o investimento por corretoras menores também pode ser eficiente, pois a instituição funcionará apenas como um intermediário na transação, devendo o título ser custodiado e registrado nominalmente.
Em caso recente, no entanto, a corretora Corval, que oferecia taxas de corretagem inferiores à média do mercado, entrou em processo de liquidação, revelando que tais taxas só eram possíveis porque as compras não estavam sendo transferidas para o nome dos clientes, e sim para a própria instituição. Assim, no momento da quebra, os prejuízos foram estendidos também aos investidores.
Para evitar esse problema, no entanto, não há grandes dificuldades: basta que o investidor verifique se os registros foram realmente realizados em seu nome. Isso é possível consultando o extrato no site do programa do Tesouro Direto, onde tais operações são registradas, ou no CEI (Canal Eletrônico do Investidor), da BM&FBovespa.
De qualquer forma, dentre as corretoras disponíveis, algumas realizam o repasse dos pagamentos no próprio dia do investimento.
Assim, é possível receber os retornos devidos no momento em que os mesmos são liquidados, evitando um período de transação maior do capital dentro da instituição.