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Periferia resiste mais ao fim da sacolinha

Apesar de campanha, poucos levam embalagens retornáveis ao supermercado, que banirá plástico no dia 25 em SP

Funcionários das grandes redes foram treinados para oferecer embalagem alternativa para os clientes

TONI SCIARRETTA
CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

A uma semana do fim das sacolinhas plásticas nos supermercados de São Paulo, os funcionários das grandes redes estão treinados para a mudança, que acontece no dia 25. Mas os clientes ainda têm dúvidas e queixas, principalmente na periferia.

Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart reforçaram a comunicação e o estoque de caixas de papelão para atender aos que "esquecerem" a sacola retornável ou resistirem em pagar R$ 0,19 pela biodegradável, que será vendida.

Os supermercados apostam na venda de sacolas retornáveis, cujos preços começam em R$ 1,85 (Bergamini) e R$ 2,99 (Pão de Açúcar).

Apesar da campanha na rua, poucos consumidores levavam ontem suas próprias sacolas retornáveis. A maioria continuava utilizando as embalagens plásticas -caso da dona de casa Megg Goldman, 30, que fazia compras no Extra do Itaim (zona sul). "Esqueci a minha, mas aprovo a mudança."

No hipermercado Andorinha, na Vila Nova Cachoeirinha (zona norte), operadores de caixa dizem que a orientação já é fornecer a sacolinha plástica somente quando o cliente solicitar e dar preferência às caixas de papelão. Os funcionários afirmam, porém, que a maioria dos consumidores pede o plástico.

"Usar caixa é bom se a pessoa faz as compras de carro. Para quem vem a pé ou de moto, complica", diz Leonel Prado, 28, motoboy.

No supermercado Bergamini, no Jaçanã (zona norte), já está disponível para venda a embalagem biodegradável de R$ 0,19, mas a maioria ainda utiliza os plásticos atuais. Patrícia Rodrigues, 33, gerente comercial que lotou cinco carrinhos das compras, justifica a preferência:

"Não tem como colocar isso tudo em caixas ou trazer sacola para esse volume".

Como o Estado e a prefeitura não conseguiram colocar em vigor uma lei proibindo as sacolas plásticas (a lei está suspensa na cidade), o caminho foi um acordo dos supermercados. As sacolas deixarão de ser distribuídas a partir da próxima quarta-feira, mas não há uma punição para quem descumprir.

"É um passo que a sociedade quer dar", disse João Galassi, presidente da Apas (associação dos supermercados de São Paulo).

"É um equívoco. A maioria das pessoas reutiliza as sacolas como lixo. A mudança é rentável para os supermercados, que vão vender mais saco de lixo, além da sacolinha", disse Miguel Bahiense, presidente da Plastivida, porta-voz da indústria plástica.

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