Grupo no WhatsApp vira central de negócios para pizzarias de SP
Empresários trocam receitas e negociam máquinas pelo celular
Redes sociais podem tirar o foco e queimar tempo de trabalho. Membros da Associação Pizzarias Unidas (APU) conseguiram, porém, transformar um grupo no serviço de mensagens Whats- App em uma fonte de negócios e dicas. O desafio é não deixar que "vire bagunça" --eles não revelam o número por causa disso.
A comunidade surgiu em abril de 2014, depois de membros da associação de donos de pizzarias de São Paulo viajarem para uma feira do setor em Las Vegas --parcialmente bancados pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
"Criamos um grupo com quem viajou e depois um dos associados", lembra Carlos Zopetti, vice-presidente da associação. Esse último conta com 71 membros.
Manter o foco é um dos desafios. "Às vezes estamos numa conversa produtiva e alguém corta e diz 'bom dia, Jesus abençoe vocês', outro responde e aquilo já se perdeu."
Gustavo Cardamoni, 37, dono de três pizzarias em Santo André, diz que pelo menos cinco participantes copiaram uma receita sua de pizza de abobrinha e mozarela de búfala. Acompanhando as conversas, ele resolveu investir em cupons de desconto distribuídos em prédios.
"Sempre martelei que panfletar não dá retorno, mas vi que o pessoal conversava muito disso no grupo como forma de fixar a marca."
Ele também encontrou na comunidade Sérgio Miguel Lopes, 38, que fabrica máquinas para achatar a massa em forma de disco. Comprou uma para cada unidade por menos da metade do preço de concorrentes.
Lopes, que também é dono de cinco pizzarias em Araçatuba e Birigui, no interior de São Paulo, diz que já vendeu 15 máquinas pelo grupo de WhatsApp. O equipamento custa R$ 7.590.
O advogado da associação, Adalmir Monteiro, também participa e soluciona dúvidas coletivas.
"Outro dia sugeriram publicar no jornal o nome de um funcionário que estava faltando. Expliquei que o correto era fazer uma notificação por telegrama", conta.