Sony avalia parar de fabricar televisores e smartphones
Empresa deve se concentrar em videogame e sensor de câmera
A Sony tem como meta elevar seu lucro operacional em 25 vezes dentro de três anos por meio do crescimento das unidades de sensores de câmeras e de consoles PlayStation, disse o presidente-executivo da companhia, Kazuo Hirai, detalhando uma estratégia que pode levar a empresa a sair dos disputados negócios de TVs e smartphones.
Hirai disse nesta quarta-feira (18) que a empresa japonesa de eletrônicos não vai mais perseguir crescimento de vendas em áreas como de smartphones, na qual tem sofrido concorrência de rivais asiáticas mais baratas e também de líderes da indústria como Apple e Samsung.
Em vez disso, a Sony vai focar seus investimentos em negócios mais lucrativos como sensores de câmeras, cujo principal cliente é a Apple (iPhone), videogames e entretenimento, em sua busca pela volta do crescimento após projetar, para este ano fiscal, o sexto prejuízo líquido em sete anos.
"A estratégia a partir do próximo ano fiscal será gerar lucro e investir para crescer", disse Hirai em entrevista, acrescentando que as unidades da Sony ganharão mais autonomia para tomar suas próprias decisões de negócio.
Questionado sobre as unidades de TV e celulares, Hirai disse que não "descarta pensar sobre uma estratégia de saída" --foi a mais clara declaração da Sony até agora sobre a possibilidade de vender ou encontrar parceiros para essas unidades em dificuldades.
A Sony está passando por uma reestruturação que já levou a empresa a vender a divisão de computadores pessoais (marca Vaio) e a realizar a cisão de seu negócio de TVs. A companhia também cortou milhares de empregos.
Hirai declarou que a empresa vai perseguir um lucro operacional de ao menos 500 bilhões de ienes (US$ 4,2 bilhões) para 2017/18, um salto ante os 20 bilhões de ienes para o ano fiscal encerrado em 31 de março.
A empresa já começa a colher frutos da reestruturação. Neste mês, a companhia anunciou que prevê encerrar o ano fiscal (em 31 de março) com lucro operacional, em vez de prejuízo. Mas ela ainda deve terminar o exercício com prejuízo líquido, ainda que em um nível menor.