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Zona Franca teme protecionismo argentino

País vizinho absorve 30% das exportações do Estado do Amazonas; motos e celulares lideram a pauta de vendas

Até insumo para refrigerantes pode ser prejudicado; polo terminou 2011 com embarques em retração

Bernardo Gutiérrez/Folhapress
Operários em linha de montagem de motocicletas na Zona Franca de Manaus; argentinos são os principais parceiros
Operários em linha de montagem de motocicletas na Zona Franca de Manaus; argentinos são os principais parceiros

KÁTIA BRASIL
DE MANAUS

O polo industrial da Zona Franca de Manaus, que tem a Argentina como principal parceiro comercial, teme os efeitos da recente investida protecionista do país vizinho.

Os empresários esperam que haja uma queda nas exportações de motocicletas, telefones celulares, receptores de sinal de TV, barbeadores, canetas e até de concentrados de refrigerantes.

A Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), no entanto, diz que ainda não possível estimar a retração nas vendas, que devem ocorrer a partir do dia 1º de fevereiro, quando entram em vigor as novas restrições comercias da Argentina.

Para tentar equilibrar a balança comercial, o governo da presidente Cristina Kirchner anunciou na metade deste mês que exigirá de todos os importadores locais uma declaração antecipada que justifique a compra de produtos estrangeiros. O prazo para a liberação deve ser de 15 dias úteis.

Segundo o superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, a Argentina absorve aproximadamente 30% das exportações do Estado do Amazonas, que somaram US$ 914 milhões em 2011.

Os principais produtos vendidos pelo polo de Manaus ao país vizinho são motocicletas, que representam 20% do total, e aparelhos celulares (11%).

Para chegar ao destino, as motos vão de balsa até Belém (PA), depois seguem até o porto de Santos de caminhão e, dali, são embarcadas em navios até a Argentina.

EXPECTATIVA

Produtos menores, como os celulares e concentrados de refrigerantes, são transportados diretamente de avião em contêineres.

O presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, afirma que os empresário temem que os produtos da Zona Franca de Manaus sejam barrados pelo governo argentino.

No entanto, diz confiar numa solução para o assunto.

"Há o receio, mas esperamos que as boas relações políticas do Brasil com a Argentina possam ajudar em um processo de negociação que traga vantagens aos dois países", diz Silva.

O efeito das barreiras argentinas se somaria aos resultados negativos apurados no fim do ano passado. Segundo a Suframa, o polo de Manaus registrou retração de 18% nas exportações em novembro de 2011 em relação ao mesmo mês do ano anterior.

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