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Vaivém

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Leite perde competitividade, e importação sobe

O leite brasileiro perde competitividade no mercado externo, e o deficit do setor se acentua na balança comercial. No ano passado, as importações somaram US$ 600 milhões, 88% mais do que em 2010.

Desse valor, US$ 395 milhões foram gastos com a compra de leite e derivados e US$ 205 milhões, com a entrada de queijos, mostra o Ministério do Desenvolvimento.

No caminho inverso, as exportações perderam terreno. Após receitas de US$ 116 milhões em 2010, os exportadores conseguiram só US$ 89 milhões no ano passado.

Aline Barrozo Ferro, pesquisadora do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), atribui essa perda de competitividade ao câmbio. O real forte tornou o leite brasileiro caro nos mercados que o país havia conquistado nos anos anteriores, quando obtinha superavit na balança comercial.

Ao mesmo tempo, o dólar fraco favoreceu a entrada de mais produto estrangeiro, principalmente dos países do Mercosul, segundo a pesquisadora. Os gastos brasileiros na Argentina somaram

US$ 354 milhões no ano passado, 83% mais do que em 2010. O Uruguai, que vem ampliando sua participação no Brasil, exportou o correspondente a US$ 188 milhões, 107% mais do que em 2010.

A pesquisadora do Cepea diz que o atrativo mercado brasileiro favorece, inclusive, novos investimentos na produção uruguaia. Mais produção, maior o volume exportado para o Brasil.

O aumento das importações ocorre também porque o consumo interno de lácteos cresce, devido ao maior poder aquisitivo nacional.

Já a oferta interna de matéria-prima teve pequena queda em 2011, conforme os dados acumulados de captação de janeiro a novembro apurados pelo Cepea.

O cenário das importações não deve mudar neste ano, principalmente porque não se esperam grandes mudanças na taxa de câmbio, segundo Aline. Além disso, os custos da produção brasileira fazem com que os preços do leite no campo sejam maiores do que os dos principais produtores mundiais.

Em pó Os gastos brasileiros com as importações de leite em pó somaram US$ 335 milhões no ano passado, 96% mais do que em 2010. As importações chegaram a 86 mil toneladas.

Destaques Dois países vizinhos se destacam nas vendas para o Brasil: Argentina e Uruguai. As compras brasileiras de leite em pó na Argentina foram de US$ 177 milhões, acima dos US$ 139 milhões gastos no Uruguai.

Crescimento Apesar de exportar um volume menor, a evolução das vendas do Uruguai tem ritmo maior do que na Argentina. As receitas uruguaias cresceram 172% no ano passado. As argentinas, 64%.

Nos EUA Os pecuaristas norte-americanos iniciaram o ano com 11,9 milhões de cabeças de gado em confinamento. Esse número supera em 3% o total de animais no mesmo período do ano passado, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).

Em queda Após uma semana de valorização, a soja perdeu preço ontem em Chicago. O primeiro contrato fechou a US$ 11,87, com recuo de 0,84%. O milho subiu 0,9%, com o primeiro contrato fechando a US$ 6,12.

Em alta O suco de laranja, com as barreiras que os EUA querem colocar no produto brasileiro, subiu 26% em 30 dias.

DE OLHO NO PREÇO COTAÇÕES

Mercado Interno

Café (R$ por saca)479,00

Trigo (R$ por saca)25,18

Chicago

Milho (US$ por bushel)6,12

Soja (US$ por bushel)11,87

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