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Alugar escritório de luxo é mais fácil em NY

Achar sala comercial de alto padrão em São Paulo dá mais trabalho do que buscar espaço similar na principal cidade dos EUA

No Brasil, demanda aumenta e tende a se espalhar para outras regiões; Estados Unidos se ressentem da crise

FLÁVIA FOREQUE
SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA

Pesquisa da consultoria Jones Lang LaSalle mostra que a taxa de vacância de escritórios tipo A- o segundo na escada de qualidade- em São Paulo, a maior metrópole brasileira, é metade da verificada em Nova York.

Dos 2,6 milhões de metros quadrados de escritórios com essa característica na capital paulista, 6% estão vagos.

Na cidade norte-americana, o percentual é de 12% -de um total de 22,2 milhões de metros quadrados.

"A gente vive um momento fora da curva", afirma Luiz Lessa, sócio da consultoria, ao comentar a crescente demanda por esse tipo de escritório no Brasil. Os dados se referem ao primeiro semestre do ano passado.

Para Lessa, o processo de "internacionalização" do país, com empresas estrangeiras chegando ou ampliando negócios, tende a continuar nos próximos anos. Isso deve ser impulsionado ainda mais com a realização de eventos esportivos, como a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016.

Enquanto isso, o mercado de Nova York ainda não se recuperou da crise de 2008. Mesmo sentindo esses efeitos, manter um escritório de luxo naquela cidade continua mais caro. O preço do metro quadrado na metrópole norte-americana é cerca de 10% mais elevado do que em São Paulo: US$ 47 por mês, ante US$ 43 no Brasil.

"O mercado brasileiro de escritórios é relativamente pequeno em comparação ao tamanho do país e ao porte da economia", dizem os pesquisadores. Isso tem puxado os preços para cima e feito com que os valores se aproximem dos de Nova York.

Segundo definição da empresa, a classificação do escritório em A ou AA considera aspectos como localização, itens de segurança e distribuição do espaço.

Prédios nas avenidas Luís Carlos Berrini (zona sul) e Brigadeiro Faria Lima (zona oeste), na Vila Olímpia (zona oeste) e em Alphaville (na Grande São Paulo) têm os preços mais elevados da metrópole. Segundo a pesquisa, 80% das unidades de luxo do Brasil estão localizadas em São Paulo (60%) e no Rio (20%).

DESCENTRALIZAÇÃO

Especialistas apontam, no entanto, o início de um movimento de descentralização por causa de novos empreendimentos fora desse eixo.

É o caso do complexo industrial e portuário de Suape, a 60 km do Recife, onde se espera aporte de mais de R$ 20 bilhões até 2014.

Os setores de comércio e serviços eram a base da economia de Pernambuco. Mas, nos últimos anos, a indústria ganhou força. "O que aconteceu foi a chegada de novos setores à economia do Estado", diz Luís Henrique Valverde, diretor de incorporação imobiliária da Odebrecht.

No fim de 2011, a construtora iniciou a venda de escritórios de alto padrão em três torres empresariais lançadas pela companhia.

É a primeira fase de um complexo nos arredores do porto, com investimento de R$ 450 milhões.

Em três meses, todas as 557 unidades foram vendidas. Segundo Valverde, o empreendimento foi idealizado para atender empresários que chegam a Pernambuco.

A instalação de uma fábrica da Fiat no Estado também é motivo de otimismo. "Certamente haverá demanda por escritórios", diz Carol Boxwell, superintendente comercial da Queiroz Galvão.

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