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Marcas argentinas avançam pelo Brasil Grifes que fazem sucesso entre brasileiros em Buenos Aires aportam no país com adaptações de paladar e ambiente Redes portenhas veem no mercado vizinho oportunidades de crescimento e internacionalização
DE BUENOS AIRES Alfajores, sorvetes, moda feminina, café e chá. Os produtos argentinos que encantam os turistas brasileiros que visitam Buenos Aires já podem ser encontrados em cidades brasileiras. Freddo, Tea Connection, Havanna e Paula Cahen D'Anvers são algumas das grifes que já aterrissaram com sucesso no país. O fenômeno faz parte do processo de internacionalização de empresas argentinas, que decolou há cerca de cinco anos e já levou mais de 40 cadeias a se instalarem, além do Brasil, no Chile, no Paraguai, na Bolívia, no Peru, na Venezuela, na Costa Rica e no México, entre outros países. A sorveteria Freddo, desde 2010 no Brasil, tem sete lojas no país, uma em Brasília e as demais em São Paulo. Abrem outra em Porto Alegre neste ano e planejam uma no Rio. "Resolvemos ir devido ao sucesso da marca entre turistas brasileiros em Buenos Aires", diz à Folha Sergio Gratton, presidente da empresa. O empresário afirma que o Brasil oferece muita oportunidade para o crescimento da marca devido ao seu momento econômico. "A Copa e a Olimpíada são importantes, mas são fenômenos pontuais. Seria essencial estar no Brasil hoje mesmo sem elas." Gratton, porém, indica alguns obstáculos. "É difícil encontrar mão de obra qualificada. A economia está muito aquecida e os bons profissionais estão empregados." Também aponta como desafio saber adaptar a marca ao país sem descaracterizá-la. Nas lojas brasileiras da Freddo, o sorvete ainda vem da Argentina, mas os serviços da cafeteria são de produtores locais. "Temos sanduíches ao estilo brasileiro, pão de queijo, coisas que agradam o paladar dali." Outra rede de sucesso entre portenhos instalada com êxito no Brasil é a Tea Connection, casa de chás e alimentos naturais. Criada em 2006 pelos sócios Pablo Lorenzo, 35, Alejandro Cilley, 34, e Ato Vidou, 35, já tem seis unidades em Buenos Aires. Em São Paulo, completaram um ano com uma loja na alameda Lorena, Jardins, zona oeste, e planejam inaugurar outra em breve, provavelmente no Itaim Bibi. Os sócios também são donos da Green Eat, cadeia de fast food saudável aos moldes da Pret-a-Manger inglesa, que também levarão a São Paulo. "O sucesso da Tea Connection foi imediato. Enquanto em Buenos Aires levamos mais de dois anos para passar a vender mais chá do que café, em São Paulo, o chá já faturou 25% mais logo de cara", diz Lorenzo. A casa também fez adaptações de paladar. "Incluímos mais saladas e chás de frutas que não as tropicais." Além disso, decidiram mudar um pouco o ambiente à noite, colocando velas e dando cara de bar aos restaurantes. "Em Buenos Aires, as pessoas vão a um mesmo café de manhã e à noite. O paulistano quer sair à noite para um lugar com cara de noite." Para o presidente da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira de São Paulo, Alberto Alzueta, o fluxo de empresas argentinas ao Brasil deve aumentar. "Os argentinos não estão vendo como só um lugar para abrir uma sucursal, mas sim para montar empresas que possam expandir-se por várias capitais." Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros |
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