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Cresce disputa de bancos por milionários

Maior gestor de fortuna da Suíça, Julius Baer chega ao Brasil para concorrer com Itaú, Crédit Suisse, Pactual e Santander

Em jogo, está um mercado que deverá ter 815 mil potenciais clientes com mais de US$ 1 milhão até 2016

Isadora Brant/Folhapress
Grupo de amigos investidores do 'Clube do Milhão
Grupo de amigos investidores do 'Clube do Milhão'

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

O Brasil produzirá 271 milionários por dia até 2016.

Depois da China, entre os emergentes, o país terá a maior fábrica de endinheirados com mais de US$ 1 milhão na conta bancária nos próximos cinco anos, segundo estudo do banco Crédit Suisse.

De olho no topo da mobilidade social brasileira, os maiores bancos, butiques e gestores de investimento do mundo disputam a tapa os novos e antigos ricos.

No fim de 2011, chegou ao Brasil o suíço Julius Baer, maior casa de gestão de fortunas ("private bank") da Suíça, ao comprar 30% da carioca GPS.

Com 120 anos de tradição, os suíços querem o mercado que está com Itaú, Crédit Suisse, Pactual (sem o suíço UBS) e Santander, respectivamente, os maiores do país.

Em jogo, está um mercado hoje de 319 mil pessoas que soma R$ 430 bilhões, mas que chegará a 2016 com 815 mil pessoas e R$ 1 trilhão.

São fortunas que estavam "imobilizadas" em negócios de pequeno e médio portes, terrenos cobiçados, fazendas e imóveis recém-valorizados e que foram parcial ou integralmente vendidos a grupos nacionais ou estrangeiros com a consolidação do parque produtivo brasileiro.

EXCLUSIVIDADE

Para Marco Abrahão, responsável pelo "private bank" (gestão de fortuna) do Crédit Suisse Hedging Griffo, o cliente espera serviço de planejamento financeiro, sucessório, tributário, além da montagem de estruturas exclusivas para os investimentos da família.

"O país mudou de patamar; dá para falar em investimento de cinco e dez anos", disse Abrahão.

"O Brasil é hoje um dos mais promissores mercados. Nosso objetivo é fazer do

país o terceiro mais importante do mundo, só atrás da Ásia e da própria Suíça. Vamos oferecer serviços exclusivos, independentes, com boa governança e sem conflito de interesse com o cliente", afirmou Gustavo Raitzin, presidente do Julius Baer para a América Latina.

ALTÍSSIMA RENDA

Segundo Paulo Meirelles, diretor do "private bank" do Itaú, o segmento de altíssima renda cresce acima de 25% ao ano e é de longe o de maior expansão no atendimento bancário brasileiro.

"O cliente do 'private' quer gestão patrimonial completa. Um gerente do segmento cuida só de 20 famílias, enquanto um comum do varejo tem até 800", afirmou.

"É um cliente que tem muito dinheiro, quer preservar o que suou para ganhar e aproveitar todos os ganhos de escala que essa condição permite", disse Julio Ortiz, diretor do "private" da Rio Bravo.

Segundo Maria Eugênia Lopez, diretora do "private" do Santander, a riqueza brasileira não está mais restrita ao eixo Rio-São Paulo, mas em quase todo o país. O banco abriu na semana passada uma unidade em Curitiba.

"O Brasil é todo produtivo. Tem muita riqueza espalhada. Por que vem crescendo acima de outros mercados? Porque tem um mercado de capitais aquecido, fusão e aquisição, entrada de investidores nas empresas."

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