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Volta de estrangeiro impulsiona a Bolsa

Investidor do exterior, que sacou R$ 1,4 bi em 2011, já trouxe R$ 3,5 bi neste ano; Ibovespa acumula valorização de 9,8%

Consultores, no entanto, dizem que cenário externo ainda preocupa e aplicador deve embolsar lucros

CAROLINA MATOS
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

O ano novo só começou de fato para a Bolsa brasileira na semana passada, quando o Ibovespa subiu 5,4% com o retorno dos investidores estrangeiros. Mas há dúvidas sobre quanto tempo esse bom humor vai durar.

No mês (até o dia 18), os investidores não residentes no país deixaram no mercado doméstico R$ 3,5 bilhões-valor mais que suficiente para cobrir o saque de R$ 1,4 bilhão ocorrido em 2011.

Os cinco pregões mais recentes foram de alta, o que levou o principal índice da Bolsa a terminar a sexta-feira em 62.312 pontos -maior nível desde 6 de julho do ano passado, antes do agravamento da crise na Europa.

No ano, até agora, a valorização chega a 9,8%, embora, nos últimos 12 meses, o índice ainda acumule perda de 10,4% (ou 14,9% em dólar)-desempenho não tão ruim quanto o de outras Bolsas emergentes, como de Rússia e Índia.

Na avaliação de André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, a recuperação do mercado de ações brasileiro reflete o cenário interno favorável.

"A melhora da percepção de risco do Brasil pelas agências de classificação internacionais, a tendência de baixa do juro básico da economia (a taxa Selic caiu para 10,5% ao ano na semana passada) e a avaliação de que diversos papéis estão baratos na Bolsa atraíram o investidor", afirma Perfeito.

A Gradual prevê que o Ibovespa termine 2012 em cerca de 77 mil pontos, o que representa uma alta de mais de 24% sobre o nível atual.

Mas, para Osmar Camilo, analista da corretora Socopa, ainda é cedo para comemorar. Camilo duvida que a Bolsa siga nesse ritmo sem passar por períodos de baixa.

"Foi muito forte essa alta. Em algum momento, alguém vai querer colocar um pouco de dinheiro no bolso", diz.

Jason Vieira, economista da Apregoa/Banco Cruzeiro do Sul, afirma que não houve alteração no exterior que justifique a alta recente da Bolsa. "Os problemas na Europa, como o risco de calote na Grécia, permanecem."

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