Força-tarefa aprofundará investigação do Carf
Três procuradores são chamados para apuração
A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou nesta terça-feira (7) a criação de uma força-tarefa para aprofundar as investigações do suposto esquema de suborno de integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).
A formação do grupo de trabalho foi aprovada pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal. Três procuradores serão cedidos para atuar no caso.
Raquel Branquinho e José Alfredo Silva, ambos do Distrito Federal, e Rodrigo Leite Prado, de Minas Gerais, vão trabalhar sob a coordenação de Frederico Paiva, procurador da República responsável pelo caso desde 2013.
Paiva solicitou ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o aumento do efetivo para agilizar a conclusão das apurações. O PGR apresentou o pleito ao Conselho Superior do MP, que atendeu ao pedido.
A Operação Zelotes, deflagrada pela Polícia Federal, no mês passado, desarticulou um suposto esquema de pagamento de propina a conselheiros do Carf, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda responsável por julgar, em segunda instância, recursos a autuações aplicadas pela Receita Federal.
Credores da União --a maioria formada por grandes empresas-- subornavam integrantes do Carf, segundo a investigação. Em contrapartida, de acordo com a PF, os conselheiros manipulavam os processos com o objetivo de reduzir e, em alguns casos, até zerar as multas aplicadas.
A Polícia Federal estima que o suposto esquema tenha causado prejuízos de aproximadamente R$ 6 bilhões aos cofres públicos. O montante equivale a três vezes o valor desviado da Petrobras, descoberto na Operação Lava Jato e divulgado pelo Ministério Público Federal em janeiro (R$ 2,1 bilhões).