Caixa eleva de novo juros da casa própria
Mudança chega em momento de retração no setor imobiliário e deve levar demais bancos a aumentarem taxas
Banco também reduziu de 90% para 80% o percentual máximo do valor do imóvel que pode ser financiado
Maior financiadora da habitação no país, a Caixa Econômica Federal fez um novo aumento nos juros dos empréstimos para a compra da casa própria.
O reajuste pega o mercado imobiliário em forte retração (leia ao lado) e deve ser seguido pelos demais bancos no país. Isso porque a tabela da Caixa, que tem 70% do crédito imobiliário, funciona como um piso para o restante do mercado (veja ao lado).
Foi o segundo aumento em 2015 (o primeiro foi janeiro), após praticamente um ano sem reajuste nas taxas.
O aumento vale desde a segunda (13) nos contratos dentro do SFH (Sistema Financeiro Habitacional), voltado para imóveis de até R$ 750 mil. A chamada taxa de balcão (clientes sem relacionamento com o banco) passou de 9,15% ao ano para 9,45% ao ano mais a TR (Taxa Referencial). Para quem já tem relacionamento com o banco, os juros subiram de 9% para 9,30% ao ano mais a TR.
Para os servidores públicos que recebem pela Caixa, a taxa mínima é de 8,8%.
A Caixa também reduziu o percentual máximo de financiamento de 90% para 80% nas operações do SFH. Para contratações que usam a Tabela Price, em que as prestações iniciais são menores, o financiamento máximo passou de 70% para 50%. Só 3% dos financiamentos da Caixa seguem a Tabela Price.
Questionados se irão seguir a Caixa, os demais bancos se limitaram a informar que "acompanham" os movimentos do mercado. Nesta quinta (16), poucos bancos divulgaram as taxas cobradas, indicando que podem estar em revisão. Com exceção do Bradesco, nenhum informou as taxas para compra de imóvel acima de R$ 750 mil.
Segundo Marcelo Prata, presidente do Canal do Crédito, site que compara juros, os bancos têm subido as taxas desde janeiro, após a Caixa fazer o primeiro reajuste. "Mesmo assim, os juros ainda estão bem abaixo do que estavam em 2011, quando os bancos públicos fizeram um corte agressivo nas taxas."
A Caixa afirmou que elevou os juros para acompanhar o aumento da Selic, que serve como base para outras taxas. O crédito mais alto ocorre em meio à forte saída de dinheiro da poupança, maior fonte de recursos para o financiamento de imóveis.
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folha.com/no1617661