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Ex-catadora, executiva morou no complexo do Alemão

DO RIO

Quem as conhece de perto costuma dizer que a engenheira Maria das Graças Silva Foster, 58, é um "clone" da presidente Dilma Rousseff.

Rígida e extremamente exigente, assim como Dilma, Graça, como gosta de ser chamada, tem fama de agressiva no trato com sua equipe.

Primeira mulher a ocupar uma diretoria da estatal e a ser indicada para assumir a presidência da companhia, é engenheira e funcionária de carreira. Começou como estagiária em 1978 e ocupou cargos gerenciais na empresa antes do governo Lula (2003-2010), quando pelas mãos da então ministra Dilma (Minas e Energia) trocou o Rio por Brasília, no começo de 2003.

A aproximação ocorrera quando Dilma, então secretária de Energia do Rio Grande do Sul (1999-2002), queria um ramal adicional no gasoduto Bolívia-Brasil para atender ao sul do Estado. Ouviu um "não" como resposta da então gerente da estatal, mas a amizade prosperou.

Graça filiou-se ao PT e se engajou na campanha de Dilma. Tem três estrelas tatuadas no antebraço esquerdo, duas delas vermelhas. Foi secretária de Petróleo e Gás e dirigiu as subsidiárias Petroquisa e BR Distribuidora.

Mineira de Caratinga, Graça se define "carioca de coração". Torce pelo Botafogo, é fã de carnaval e dos Beatles. Aos dois anos, mudou-se com a família para o complexo de favelas do Alemão, onde viveu até os dez anos e trabalhou como catadora de papel.

Em 2010, foi apontada pelo "Financial Times" uma das 50 executivas mais influentes do mundo. Tem filha médica e filho estudante de jornalismo -que tatuou o nome da mãe no antebraço.

Como a Folha revelou no final do ano passado, a empresa do marido de Graça multiplicou contratos com a Petrobras a partir de 2007, quando a engenheira ganhou cargo de direção. De 2007 a 2010, a C.Foster, de Colin Vaughan Foster, assinou 42 contratos, sendo 20 sem licitação, para fornecer componentes eletrônicos à estatal. Entre 2005 e 2007, um só havia sido firmado. Os contratos não foram cancelados.

Em nota, a Petrobras informou que fez "pequenas compras de componentes" com a empresa do marido de Graça, justificou as dispensas de licitação com base nos valores das compras -abaixo de R$ 10 mil- e descartou vínculo delas com a diretoria de Graça.

(PEDRO SOARES E DENISE LUNA)

FOLHA.com

Leia mais informações sobre Graça Foster
folha.com/no1038476

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