Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Sul-coreana fecha parceria para instalar fábrica no RS
A empresa sul-coreana Shin Hwa Silup, que fabrica folhas de flandres (utilizadas no revestimento de latas e embalagens, principalmente da indústria alimentícia), fechou sociedade com um brasileiro para produzir no Rio Grande do Sul.
Batizada de Nenzo Industrial, a companhia vai instalar uma fábrica no Estado que demandará cerca de US$ 70 milhões (R$ 205 milhões) em investimentos.
A cidade que receberá o empreendimento ainda não foi definida, mas é provável que seja escolhida alguma próxima do litoral.
"O produto é pesado e o transporte rodoviário, caro. Por isso, precisamos estar próximos de um porto para a entrada e a saída de mercadoria", diz Darci Giovanella, sócio brasileiro da empresa.
A unidade será semelhante às outras três que a Shin Hwa Silup opera hoje (duas na China e uma na Coreia) e terá capacidade para produzir 120 mil toneladas por ano.
Inicialmente, ela atenderá o mercado brasileiro -que consome 700 mil toneladas por ano-, mas existe a possibilidade de exportar para Argentina e Uruguai.
Giovanella afirma que os sócios não estão preocupados com a desaceleração econômica brasileira.
"O produto é de difícil substituição e faremos um trabalho com as empresas nacionais para incentivar o uso da tecnologia de embalagem metálica", acrescenta.
As obras devem ser iniciadas até o fim do ano e levar 18 meses para serem concluídas.
Hambúrguer... A rede de lanchonetes Johnny Rockets abrirá três unidades no Estado de São Paulo até o fim de maio. Será uma na capital -no shopping Cidade São Paulo-, uma em Campinas e uma em São José dos Campos.
...americano A empresa planeja entrar nos mercados do Rio de Janeiro e de Goiás nos próximos meses. O investimento feito em cada unidade costuma ser de aproximadamente US$ 750 mil (R$ 2,2 milhões na cotação atual).
DOIS JOÕES
Presidente do BNP Paribas Brasil desde outubro passado, a francesa, naturalizada brasileira, Sandrine Ferdane, vê o orçamento da unidade brasileira em alta.
"O 'country envelope' [recursos disponibilizados para o país], que reflete o apetite do banco e é definido pelo conselho, veio em linha com o que foi demandado." Os números são confidenciais, afirma.
"O importante é que o pedido da gestão aqui foi ouvido e teve apoio. Precisava de mais e obtive mais."
Parodiando a história infantil francesa "João que Ri e João que chora", a executiva já vê sinais positivos.
"Sentimos firmeza em planos de clientes estrangeiros e brasileiros. Há a perspectiva de reabrir os mercados internacionais para as empresas, a Petrobras se normaliza, o Tesouro sai..."
O banco se prepara para o novo momento da infraestrutura, área em que já é forte. Foi, a instituição que assessorou o Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, na operação com Eike Batista, e financiou a Invepar, para o aeroporto de Guarulhos.
"A questão agora é como será o financiamento da infraestrutura, que uma prioridade do governo. O país precisa crescer e melhorar a produtividade da indústria com uma infraestrutura mais eficiente."
Para atrair o investidor estrangeiro, tem de ter a repartição de riscos entre os setores público e privado que ele está acostumado a ter no mundo todo, lembra Gaétan Quintard, gerente-executivo da área.
"Os estrangeiros estão interessados em investir em transportes, em segmentos como trens, metrô, estradas. Em portos também, precisa ter agenda do governo para isso", frisa Ferdane.
Outro segmento em que o banco investe é em liquidação, custódia e administração de fundos de terceiros. Tem R$ 30 bilhões nessas modalidades em produtos de outras instituições.
ÂNIMO EM TEMPOS DE CRISE
Apesar da crise, o setor que reúne atacadistas e distribuidores está otimista em relação ao seu faturamento, mostra pesquisa encomendada pela Abad (associação do segmento) à Nielsen que será divulgada nesta segunda (27).
Dados preliminares apontam que 93,3% dos atacarejos esperam ampliar as vendas neste ano. O restante prevê estabilidade.
"Há consumidores migrando do hipermercado para o atacarejo por terem preços mais baixos devido ao mix de produtos menor e não oferecerem conforto, como ar-condicionado", diz o presidente da entidade, José do Egito Frota Lopes Filho. Entre os distribuidores, 84,7% esperam alta de vendas. Apenas 4,8% estimam queda e 10,5%, estabilidade. Foram ouvidas empresas que representam 42% do faturamento do setor.
SUBIDA DA LUZ
Impactadas pela alta do dólar, empresas brasileiras do setor de iluminação têm reajustado entre 10% e 15% o preço das lâmpadas de LED ao consumidor.
"As lâmpadas prontas e seus insumos são importados. Com a subida do dólar, não dá para absorver todos os prejuízos", diz Georges Blum, presidente da Abilumi (entidade do setor).
Na paulista Golden, o aumento chegará a 15% no próximo trimestre. "Além do câmbio, o ICMS sobre o LED é 10% maior que o da lâmpada comum", diz Alvaro Diniz, presidente da empresa.
Na gaúcha Intral, com 80% de produção própria, as lâmpadas têm saído da fábrica 10% mais caras. "O valor só voltará ao normal se o dólar permanecer abaixo de R$ 3", diz o diretor Gerson Teixeira.
Na FLC, os processos internos foram reavaliados para conter gastos e manter preços.