Economia colaborativa
Reduza despesas ao usar aplicativos e sites que oferecem da troca de objetos ao aluguel de vestidos usados
A dentista Gabriela Marçal levou as seis madrinhas de seu casamento para alugar vestidos em uma loja colaborativa, a Armário Compartilhado. Funciona assim: alguém compra um vestido de festa e, depois de usá-lo, coloca à disposição para aluguel, com preço mais em conta que em lojas tradicionais.
As madrinhas de Gabriela pagaram, em média, R$ 380 por vestido, cerca de metade do que despenderiam se alugassem em lojas comuns, segundo pesquisa da Folha em seis estabelecimentos da cidade de São Paulo.
Mais presente no dia a dia de consumidores, a chamada economia colaborativa é uma forma de reduzir despesas: com festas e eventos, deslocamento (há caronas que podem ser compartilhadas), utensílios da casa (ferramentas e móveis, por exemplo) e até para ganhar conhecimento (um professor de inglês troca aulas do idioma pelo ensino de dança, por exemplo).
Esses compartilhamentos são encontrados via internet, em sites ou aplicativos para essa finalidade. Pode haver ou não um espaço físico, como uma loja, para intermediar os produtos ou serviços.
Para dar uma ideia da economia que essa iniciativa pode gerar, a Folha fez dois orçamentos para uma festa de casamento para 200 convidados na zona sul de São Paulo em um sábado à noite em novembro: um tradicional, usando preços médios, e outro utilizando itens encontrados em aplicativos e si- tes colaborativos ou de compras compartilhadas e lojas mais baratas.
A diferença do gasto total foi de 24,3% --de R$ 90,4 mil para R$ 68,4 mil (veja quadro nesta página).
"A economia colaborativa nasce da percepção de que o consumidor precisa de um serviço ou uma solução, e não da posse de um bem", diz Adolfo Menezes, do instituto Economia Criativa.
"Estamos passando de uma época de individualidade para a interdependência", afirma a estudante de comunicação Camila Carvalho, criadora do site Tem Açúcar?, que permite trocas de itens diversos entre vizinhos: escada, desentupidor de pia, vaga de bicicleta e até uma sala emprestada para aulas de saxofone. O serviço não é cobrado.
Em menos de um ano de funcionamento, a página tem mais de 30 mil usuários em todos os Estados do país.
BRECHÓ ON-LINE
A economia colaborativa também é uma oportunidade de ganhar dinheiro.
O aplicativo ezPark permite que uma pessoa em qualquer local do país coloque sua vaga da garagem para alugar pagando uma comissão de 10% a 30% do valor.
O pagamento é por hora e o dono escolhe para quem alugar e por qual período. O motorista economiza no bolso --o valor é até 30% menor que em um estacionamento comum-- e no tempo em busca de uma vaga.
Para roupas, além da loja Armário Compartilhado para vestidos de festa, há também sites e aplicativos com brechós on-line. No Enjoei.com, por exemplo, você se cadastra, fotografa suas roupas e coloca à disposição do público. Caso sua roupa seja vendida, você paga 20% de comissão e R$ 2,15 da taxa de anúncio.
AMIGO DE ALUGUEL
Bens materiais não são as únicas possibilidades.
Por meio do aplicativo Rent a Local Friend, pode-se ganhar dinheiro sendo uma espécie de cicerone para turistas que visitam sua cidade.
O anfitrião fixa o preço e fica com 70% do valor, sendo 30% a comissão do site.