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Plataformas unem empresas a investidores e oferecem opção a crédito em grandes bancos
Companhias com dificuldade para conseguir empréstimos em bancos têm buscado novas plataformas na internet que juntam quem precisa de recursos a potenciais investidores e credores.
Desde abril do ano passado, serviços como Intoo, Broota, F e Biva movimentaram cerca de R$ 435 milhões em recursos.
Na Intoo, lançada há um ano, as empresas informam quanto capital precisam aos 39 credores cadastrados, que incluem "factorings" (especializadas na compra de créditos de empresas), bancos de variados portes e fundos de investimento.
"A empresa recebe mais propostas [na plataforma] do que conseguiria visitando os bancos um a um", diz Arthur Farache, 31, cofundador da Intoo. A maior concorrência de propostas, afirma ainda, ajuda a baixar as taxas.
Ele conta que a plataforma possui cerca de 35 mil empresas cadastradas e realizou mil operações em um ano.
A empresa Airclic, especializada em tecnologia para logística, usa a Intoo há nove meses. Mônica Castro, 52, gerente financeira, diz que busca recursos para antecipar pagamentos que receberia em 45 dias.
Na operação, a companhia paga taxas entre 3% e 5,5%.
Ela destaca a velocidade e a maior facilidade de conseguir os recursos em comparação aos grandes bancos.
DINHEIRO A UM CLIQUE
Já o caminho usado por Lúcia Barbieri, 37, diretora da empresa CDV, que desenvolve diamantes artificiais para diferentes finalidades, foi o de empréstimos de investidores individuais.
Ela explica que, por ter recebido recursos de um fundo de investimento, a empresa teve de se estruturar como S.A., opção mais comum em empresas maiores.
Considerada pelos bancos como de grande porte, as análises são mais demoradas (até 45 dias) e nem sempre o recurso é obtido, devido ao fato de o faturamento da empresa ser de negócio pequeno.
Como alternativa, a companhia levantou R$ 40 mil na Biva, que está em operação desde o mês passado. Nela, qualquer pessoa pode emprestar dinheiro para micro e pequenas empresas em troca dos juros da operação.
Segundo Barbieri, na Biva, os investidores olham menos para o passado da empresa e mais para os seus planos.
A opção da Cremme, que vende móveis assinados por designers, foi a venda de ações na plataforma Broota, na qual se pode tornar sócio de empresas iniciantes por cotas a partir de R$ 1.000.
O francês Pierre Colnet, 32, cofundador, conta que a companhia captou R$ 100 mil de dez investidores. Segundo ele, esse tipo de serviço facilita o acesso a crédito.
A Cremme fez a primeira captação do Broota, fora uma usada para financiar a própria plataforma. Ao todo, foram seis até agora.
Ferramentas que facilitam a obtenção de crédito têm grande potencial de crescimento, segundo Newton Campos, professor da FGV.
Ele ressalta, contudo, que esses serviços ainda são prestados de forma quase incipiente, o que afasta a maioria dos empresários.