Rio e Minas puxaram piora das contas
Em março, governos reverteram alta inicial
Depois de bons resultados fiscais no primeiro bimestre, governos estaduais e municipais do Rio de Janeiro e de Minas puxaram a piora das contas regionais em março.
Os governos regionais foram responsáveis por quase dois terços do superavit das contas públicas no primeiro trimestre. Economizaram 18% mais que no mesmo período do ano passado, enquanto o governo federal poupou 60% a menos.
Por isso, o governo federal está cada vez mais dependente de Estados e municípios para cumprir a meta fiscal de 2015. Algumas regiões do país, porém, estão com dificuldade em manter os bons resultados verificados nos dois primeiros meses do ano.
Fazer uma economia de R$ 66,3 bilhões neste ano é o principal objetivo da Fazenda. Em março, no entanto, os números desses governos mostraram piora em relação ao mesmo período do ano passado, o que levanta dúvidas sobre o desempenho das unidades federativas nos próximos meses.
A piora no resultado das contas públicas nos governos estaduais de fevereiro para março se deu, principalmente, em dois Estados da região Sudeste. Minas Gerais, incluindo governo estadual e suas maiores cidades, teve uma queda de 26% no resultado positivo em 12 meses entre fevereiro e março. No Rio de Janeiro, o resultado, que é negativo, subiu 40%.
Minas ostenta desde o ano passado o melhor resultado fiscal do país. O superavit dos governos acompanhados pelo BC na região chegou a quase R$ 5 bilhões nos 12 meses encerrados em fevereiro, mas recuou para R$ 3,7 bilhões no acumulado até março.
O Rio, por outro lado, se mantém como a região com o maior deficit, quase R$ 10 bilhões nesse último período.
São Paulo reduziu seu deficit em quase 30%, para R$ 2,2 bilhões até março. Segundo o BC, o governo estadual é deficitário, mas a prefeitura tem resultado positivo.
Para o economista José Luiz Pagnussat, do Conselho Regional de Economia do DF, os governos regionais terão grande dificuldade de contribuir para a meta, devido ao impacto da queda na atividade sobre sua principal fonte de arrecadação, o ICMS.
"Na minha avaliação, os Estados vão fechar o ano com deficit, não vão contribuir com nada", diz Pagnussat.
"Quem vai ter de cum- prir a meta vai ser o governo federal. Será necessário fa- zer cortes adicionais, buscar outras fontes de recursos, mas há instrumentos para alcançar esse resultado."