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Brasileiros gastam US$ 21 bi no exterior

Despesa com cartão e turismo sobe 30% em 2011, bate recorde e contribui para rombo de US$ 53 bi nas contas externas

Com US$ 66 bilhões, investimento externo na produção financia deficit em transações com outros países

MAELI PRADO
DE BRASÍLIA

Em 2011, os brasileiros gastaram mais de US$ 21 bilhões no exterior, quase 30% a mais em relação ao ano retrasado e o maior valor da história.

A maior parte desse montante, segundo os dados do Banco Central, é formada por despesas feitas no cartão de crédito (cerca de 60%, com todos os tipos de gastos, incluindo viagens internacionais) e com turismo (quase 38% do total, excetuando os pagamentos com cartão).

O restante é composto por gastos em outros países de funcionários de empresas privadas, do governo e com fins educacionais ou esportivos.

"Até agosto, o crescimento do gasto dos brasileiros no exterior em relação a 2010 ficou na faixa dos 50%, estimulado pelo aumento da renda", afirmou Tulio Maciel, chefe do departamento econômico do Banco Central.

Daí para a frente, apesar de os valores continuarem crescendo, a alta se desacelerou, já que o dólar se tornou mais caro em relação ao real. No mês passado, os gastos no exterior subiram 2,2% em relação a dezembro de 2010.

As despesas dos turistas estrangeiros no Brasil também foram recorde no ano passado: eles gastaram no país US$ 6,7 bilhões no período, o que determinou saldo negativo de US$ 14,5 bilhões em viagens internacionais.

RECORDES

O Banco Central ressaltou também que o aluguel de equipamentos estrangeiros por empresas brasileiras, impulsionado pelo aumento nos investimentos no país, foi de US$ 16,6 bilhões em 2011, o maior valor da história.

Esses resultados ajudaram a que o deficit nas transações correntes chegasse ao recorde de US$ 52,6 bilhões.

As contas externas reúnem balança comercial, serviços (setor em que entram viagens e aluguel de equipamentos) e remessas enviadas por pessoas físicas ao Brasil.

Já a conta financeira e de capital (onde estão os investimentos feitos por estrangeiros no Brasil) foi positiva em US$ 111,8 bilhões, principalmente pelo chamado investimento produtivo, o IED (Investimento Estrangeiro Direto), que chegou ao total de US$ 66,6 bilhões.

"Os estrangeiros foram atraídos ao Brasil pelos fundamentos da economia brasileira, que são considerados sólidos. O IED, que também foi recorde, financiou o nosso deficit em transações correntes", disse o técnico.

2012

Para este ano, a expectativa do Banco Central é que o deficit continue crescendo e chegue a US$ 65 bilhões. Já o investimento produtivo (IED) deve cair para US$ 50 bilhões, segundo o BC.

No caso de gastos de brasileiro no exterior, o crescimento deve continuar, mas de forma mais moderada, prevê o Banco Central. "Vamos partir de uma base de comparação bem mais elevada, que é 2011. O câmbio e a incerteza do cenário internacional devem contribuir para que o turista seja mais cauteloso", disse Tulio Maciel.

Em janeiro, segundo ele, o investimento estrangeiro direto deve alcançar US$ 4,5 bilhões (somente até ontem, já havia entrado US$ 4 bilhões em investimento produtivo no mês).

Já o deficit em transações correntes deve fechar o mês em US$ 6,7 bilhões, alta ante os US$ 6 bilhões observados no mês passado.

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