Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Distribuidora de gás natural investe R$ 288 mi para expandir rede no RS
A Sulgás, companhia de gás natural que tem como sócios o governo do Estado do Rio Grande do Sul e a Petrobras, vai ampliar em quase 50% a rede de distribuição nos próximos três anos.
O pacote prevê um aporte de R$ 288 milhões, dos quais R$ 138 milhões financiados com recursos do BNDES e o restante em capital próprio.
O objetivo é elevar a malha de gasodutos dos atuais 880 quilômetros para cerca de 1.300 quilômetros. Hoje, a rede está concentrada principalmente na região metropolitana de Porto Alegre.
Só em 2015, o projeto inclui 137 novos quilômetros --no segundo semestre, será iniciada a obra que levará o combustível ao distrito industrial da cidade de Alvorada.
Para poder suprir o aumento da demanda, no entanto, a empresa precisará buscar fontes alternativas ao gasoduto Brasil-Bolívia, que hoje já enfrenta um cenário restrito de oferta de gás natural para a região Sul do país.
Uma das apostas é o terminal de gás liquefeito importado que o grupo Bolognesi planeja construir junto à futura termelétrica de Rio Grande.
A usina deverá consumir cerca de 5,5 milhões dos 14 milhões de metros cúbicos do terminal por dia. O excedente poderá ser comercializado.
A Sulgás também lançou uma chamada pública para comprar biometano proveniente da decomposição de resíduos agroindustriais.
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CHEQUE DO EXTERIOR
O total de operações de fusão e aquisição de empresas brasileiras feitas por grupos estrangeiros atingiu 352 transações que movimentaram cerca de R$ 56 bilhões entre janeiro e maio deste ano.
Os dados são da corretora e consultoria de seguros Aon, a partir de informações públicas e balanços financeiros das companhias. No entanto, o estudo não traz um comparativo desse mercado no mesmo período do ano passado.
Três fatores impulsionaram as operações, diz Felipe Junqueira, executivo da Aon.
"O câmbio está mais favorável para investidores estrangeiros, a crise econômica deixou os ativos mais baratos e algumas empresas de fora estão com mais receita para investir no país", diz.
"Estima-se que alguns fundos que compram participação em empresas tenham captado US$ 8,3 bilhões (R$ 26 bilhões) para investir no país", analisa o estudo.
Até 2016, os segmentos de infraestrutura, óleo e gás, saúde e energia terão o maior crescimento nesse mercado, afirma Junqueira.
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IDIOMA FRANQUEADO
Para se expandir com maior velocidade pelo Brasil, a rede de idiomas Berlitz vai intensificar suas operações pelo sistema de franquias.
Esse é o plano do novo diretor-presidente da filial brasileira, Arthur Bezerra, que deixou o grupo Abril Educação após nove anos.
"Vamos levar um modelo híbrido [presencial e a distância] de ensino do idioma às regiões Norte e Nordeste, onde ainda não atuamos", diz.
Hoje, a rede possui nove pontos próprios, sendo seis na capital paulista, e mais cinco franquias.
"O plano é criarmos 16 unidades franqueadas a partir do segundo semestre deste ano seguindo até 2017."
O franqueado terá duas opções de investimento: R$ 70 mil (quiosque) e R$ 400 mil (escola). A rede oferta até 42 idiomas de forma on-line.
A Berlitz está em 70 países e o Brasil tem 2% da receita.
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PEGADA MAIS LARGA
A marca americana de calçados Crocs terá 12 novas lojas neste ano no Brasil, mais que a média anual de duas a seis aberturas.
O objetivo da companhia é fortalecer a grife e aumentar a distribuição de produtos no país. Hoje, são 78 unidades licenciadas em operação.
"Nossas vendas já elevaram 20% em moeda local neste ano, em relação ao mesmo período de 2014. É um bom resultado, mas ainda crescemos mais em outros países", diz Andrew Rees, presidente global da Crocs.
A expansão se concentrará em regiões metropolitanas. O investimento médio em cada loja é de R$ 500 mil.
O mercado brasileiro é o mais importante para a companhia na América do Sul.
"Além do país ter uma grande densidade populacional, o clima e o estilo de vida dos brasileiros são favoráveis ao uso dos nossos calçados."
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CARTEIRA SORTIDA
Após o término de um contrato temporário, funcionários no Brasil têm mais chances de encontrar outro emprego, segundo levantamento da Ciett (Confederação Internacional das Agências Privadas de Emprego).
Cerca de 85% das pessoas selecionadas para uma vaga se encontravam desempregadas. Com o fim do trabalho, somente 30% regressaram ao desemprego.
"Outros 70% ou são efetivados ou recolocados com mais rapidez. Em meio à crise econômica, essa modalidade poderá se tornar uma saída", diz Vander Morales, presidente da Fenaserhtt (que representa o setor).
O Brasil responde por 7% das receitas globais da indústria de emprego e recrutamento, por causa do grande mercado de terceirização.
O setor de serviços é o que mais admite temporários, seguido pela agricultura. São contratados ao ano cerca de 613 mil temporários no país, segundo o estudo.