Feiras e eventos de artesanato voltam a crescer
O aquecimento do mercado de produtos artesanais fez com que canais de vendas dos pequenos empreendedores também crescessem. Além da alta nas vendas na internet, eventos e lojas compartilhadas proliferam em São Paulo.
O Mercado Mundo Mix, evento para venda de artesanatos que ficou famoso na década de 1990, voltou a acontecer no Brasil em 2014, depois de edições na Europa. Ele reúne, em média, 150 expositores em dois dias de feira por mês e movimenta cerca de R$ 1 milhão.
"Com a situação econômica do país, é difícil manter uma loja. Para os empreendedores, esses eventos são uma boa opção", conta Wesley Carvalho, sócio e produtor do Mercado Mundo Mix
Para participar, paga-se até R$ 600 pelo espaço. O evento reuniu 45 mil pessoas em uma edição em Campinas neste ano.
Os festivais de música também viraram uma área onde há comércio. Por um espaço no Tomorrowland, que levou 180 mil pessoas por três dias a Itu (SP), em maio deste ano, Alexandre Perez, da marca de óculos Artyeto, pagou R$ 2.000 e 20% do que faturou (mais de R$ 20.000)
Mas a internet ainda é o principal canal de venda dos iniciantes. No site Elo7, que reúne diferentes artesãos, as vendas de produtos cresceram 127% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2014, segundo dados da empresa.
O site projeta intermediar R$ 350 milhões em vendas este ano, mais que o dobro do gerado no ano passado (R$ 170 milhões).
Para Ismael Rocha, da ESPM, na hora de escolher o canal de venda, o empreendedor deve perceber onde o produto terá espaço para ser reconhecido. "Não adianta montar um stand de joias em uma feirinha de rua", diz.
Marcela Marques, fundadora da marca de lingeries Satinè, já vendeu suas peças na internet, em lojas colaborativas e eventos, mas optou pela produção sob encomenda.
"Trabalho sozinha, fica difícil ter estoque, por isso as lojas colaborativas não deram certo. Os eventos serviam para as pessoas conhecerem minha marca", diz.
As redes sociais também são uma ferramenta: "Minhas clientes novas vêm quase todas de indicações no Facebook", afirma. (BP)