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Taleban acusou país de não obedecer normas IGOR GIELOWSECRETÁRIO DE REDAÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Em agosto passado, o grupo fundamentalista islâmico Taleban proibiu o consumo de carne de frango congelada em algumas províncias sob seu controle no sul do Afeganistão. A alegação: vindos de países como o Brasil, os bichos não seriam mortos sob os preceitos islâmicos. O depoimento dos funcionários do abatedouro fornecedor da Sadia parece, enfim, sustentar a alegação. Segundo as normas de abate islâmico, o animal a ser morto deve estar com o peito voltado para a cidade sagrada de Meca (Arábia Saudita) e ter sua garganta cortada num golpe em meia luna de modo a que o sangue todo escorra, mas a medula não seja atingida para não contaminar a carne. Tanto o abatedor quanto seu supervisor precisam ser muçulmanos, e o golpe tem de ser acompanhado pela prece "em nome de Deus". Produtos que levam o selo "halal" (lícito, em árabe) têm de ser aprovados pela Entidade Islâmica Internacional. O termo não se aplica só a regras alimentares, mas a vários aspectos da vida do fiel. O veto não pegou no país todo e acabou suspenso rapidamente, em geral por motivos econômicos: enquanto uma galinha viva custava o equivalente a R$ 5,2, uma congelada saía por R$ 3,8. Carne de frango e camisetas da seleção brasileira são as únicas marcas do Brasil no país asiático. Dos irrisórios US$ 10,8 milhões exportados em 2011 pelo Brasil para o Afeganistão, US$ 9,7 milhões foram do produto congelado. A questão deixa de ser lateral quando são considerados outros mercados islâmicos: dos US$ 3,5 bilhões exportados em 2011 para a Arábia Saudita, US$ 1,2 bilhão foi auferido da carne de frango. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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