Cabos em rios vão levar internet a índios no AM
Projeto pretende integrar 4 milhões de pessoas à banda larga, em 50 municípios
Os sinuosos rios da bacia amazônica, que abastecem a vida de milhões de pessoas na maior floresta tropical do mundo, agora vão ajudar a conectar populações indígenas e ribeirinhas à internet.
O projeto Amazônia Conectada, já em andamento, pretende levar 7.800 km de cabos de fibra óptica pelo leito dos rios do Amazonas, Estado que concentra a maior parcela de floresta, interligando quase 4 milhões de pessoas à banda larga. Mais de 50 municípios serão conectados.
O projeto, estimado em R$ 500 milhões, envolve três ministérios e o Exército. Dez quilômetros já foram instalados na etapa piloto, em Manaus (AM).
O leito dos rios foi a forma mais econômica e menos ambientalmente agressiva para cruzar milhares de quilômetros de floresta sem recorrer a desmates, desapropriações, invasões a terras indígenas, construção de torres ou outros obstáculos naturais.
O custo do sistema por fibra óptica chega a ser um terço do por satélites.
O mesmo conceito foi adotado pela Siemens, para levar o telégrafo até Manaus.
"A sacada é usar uma infraestrutura que já existe, que são os rios. O impacto é quase zero", diz Gorgonio Araújo, diretor-adjunto de soluções da RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa).
A meta é oferecer serviço de internet de alta velocidade por meio de operadoras, que explorarão a infraestrutura, e encurtar distâncias para ensino a distância, telemedicina e segurança pública. O Exército vai usufruir da internet sobretudo para o monitoramento de fronteiras.