Pearson deve vender fatia na "Economist" por R$ 2,2 bi
Rothschild e donos da Fiat podem se tornar os principais acionistas do grupo que edita a revista; valor é metade do obtido com 'FT'
Após acertar a venda do "Financial Times", o grupo Pearson deve anunciar nesta semana a venda, por cerca de £ 400 milhões (R$ 2,2 bilhões), de sua participação na revista "The Economist".
Os detalhes do acordo ainda estão sendo finalizados, mas a família Rothschild (tradicional dinastia de banqueiros) e o Exor (veículo de investimento da família Agnelli, dona da Fiat) devem se tornar os principais acionistas da Economist Group.
Caso o negócio seja concretizado, será a maior mudança no controle da revista desde 1957, quando o Pearson adquiriu a participação de 50% do grupo.
O Exor tem uma fatia de 4,7% e já disse anteriormente que pretende elevá-la, mas que não deseja ter o controle. Ele também é o maior acionista do grupo de mídia RCS, que publica o jornal italiano "Corriere della Sera".
Lynn Forester de Rothschild e o marido dela, Evelyn, possuem atualmente 21% das ações do grupo.
Como parte do acordo, os Rothschilds e o Exor devem receber mais cadeiras na direção do Economist Group.
A fatia do Pearson dá direito a nomear 6 dos 13 diretores do grupo, que inclui, além da revista "The Economist", o serviço de informação financeira Economist Intelligence Unit, entre outros negócios.
A empresa teve um lucro operacional de £ 60 milhões no ano passado, apesar do terceiro ano seguido de queda nas receitas.
O acordo de venda da participação do Pearson precisa ter o aval dos quatro curadores do Economist Group, que têm como dever proteger a independência da revista.
O Pearson negociou anteriormente com a Hearst Corporation, dona da "Marie Claire", entre outras publicações, mas o negócio não avançou, segundo pessoas envolvidas nas conversas.
Lançada em 1843, a "Economist" foi responsável por algumas das principais críticas internacionais à atual gestão econômica brasileira. Enquanto em 2009 publicou a capa em que o Cristo Redentor decolava, quando a economia ainda mostrava resistência aos efeitos da crise mundial, em 2013 o mesmo Cristo apareceu implodindo, quando os sinais de desaceleração já eram sentidos.
VENDA ANTERIOR
No mês passado, o Pearson fechou a venda do "Financial Times" por £ 844 milhões (R$ 4,6 bilhões pela cotação atual) para o grupo de mídia japonês Nikkei.
O presidente do Pearson, John Fallon, disse na ocasião que o grupo britânico decidiu vender o jornal para priorizar o setor educacional, responsável por 90% da receita.