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Finanças Pessoais

MARCIA DESSEN - marcia.dessen@bmibrasil.com.br

Quem ganhou e quem perdeu da inflação de 6,5% em 2011

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial do governo federal para medição das metas inflacionárias, fechou o ano de 2011 com uma variação acumulada de 6,5%.

O IBGE, responsável pelo cálculo do índice, apura a variação dos custos que as famílias com rendimentos até 40 salários tiveram para a aquisição dos itens que compõem a cesta de consumo definida pelo governo.

Falando o português claro, nosso poder de compra caiu 6,5%. Se isolarmos o período de 2011, em janeiro de 2011 uma nota de R$ 100 comprava R$ 100 em produtos e serviços. Hoje, janeiro de 2012, a mesma nota de R$ 100 compra somente R$ 93,50.

Quem investiu dinheiro em 2011 tinha a expectativa de ganhar mais do que a inflação e ampliar o seu patrimônio. Afinal, ninguém quer investir para ficar mais "pobre", não é mesmo?

Ocorre que a remuneração dos investimentos, amplamente divulgada na mídia, é publicada em termos nominais. Uma aplicação financeira que ofereceu remuneração de 10,5%, por exemplo, acrescentou cerca de 4% ao seu patrimônio em termos reais.

Depois de pagar as taxas cobradas pelas instituições financeiras e os impostos, é possível que muito pouco tenha entrado no seu bolso.

Vamos dar uma olhadinha no quadro nesta página, que traz o desempenho das alternativas de investimento em 2011 para saber quem ganhou e quem perdeu da inflação.

Se considerarmos a variação do IPCA de 6,50%, perderam para a inflação os investimentos em ações e os fundos abertos de previdência com até 15% da carteira em renda variável. Os demais produtos agregaram taxa de juro real líquida entre 1% (poupança) e 6,5% (NTN-B).

Mais importante do que a informação em si é conduzir algumas análises com base nesses dados.

Verifique se o seu investimento se aproximou da média de mercado ou se ficou acima ou abaixo dela. Em seguida, desconte o Imposto de Renda da rentabilidade de acordo com a modalidade.

O quadro adotou alíquota de 15%, que pode não ser aplicável ao seu caso. Lembre que, nos instrumentos de renda fixa (títulos públicos, CDBs e fundos de investimento, por exemplo), a alíquota é de 15% somente a partir de dois anos de prazo.

Nos planos de previdência complementar, a alíquota e a base de cálculo mudam em razão do tipo de plano e do regime de tributação escolhido na adesão ao plano.

O IR adotado no quadro reflete a alíquota de 15% retida sobre rendimentos (planos do tipo VGBL).

Como análise final, faça algumas reflexões importantes:

1) A rentabilidade de 2011 foi compatível com a sua expectativa?

2) Você foi remunerado pelo risco que correu?

3) No caso de fundos de investimento, o gestor foi competente e conseguiu atingir o objetivo proposto?

4) Você vai manter o capital investido onde está ou fará alguma mudança?

5) Se o seu investimento apresentou perdas, como pretende reverter esse resultado?

6) A diversificação da sua carteira de investimento está adequada ou uma alocação diferente dos ativos pode gerar melhor relação risco/retorno?

7) Como você acha que os números vão se comportar nos próximos 12 meses?

8) Sua estratégia de investimento está adequada e coerente com seu perfil de risco e objetivos?

9) Qual é o impacto dos custos (taxas pagas às instituições financeiras) na sua rentabilidade atual? Procure negociar redução nos custos.

10) Alguma oportunidade de melhoria visando reduzir carga tributária? Pesquise as alternativas de investimento isentas do Imposto de Renda.

MARCIA DESSEN, certified financial planner, é sócia e diretora-executiva do BMI Brazilian Management Institute, professora convidada da Fundação Dom Cabral e cofundadora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros.

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