Contas públicas fecham julho com deficit de R$ 10 bi
Os resultados fiscais dos Estados e municípios, que ainda não haviam acusado o baque da retração da atividade econômica nas estatísticas compiladas pelo Banco Central, se deterioraram em julho. A piora contribuiu para agravar o desempenho das contas do setor público, que fechou o mês com um deficit de R$ 10 bilhões.
No acumulado em 12 meses, o rombo das contas da União e dos governos regionais somou R$ 51 bilhões, o equivalente a 0,89% do PIB. É o pior resultado da série do Banco Central, que tem início em dezembro de 2001.
Os Estados e municípios, que apresentaram saldo positivo em cinco dos primeiros seis meses do ano, fecharam julho com um deficit de R$ 3,2 bilhões. Em julho do ano passado, o resultado foi negativo em R$ 2, 2 bilhões.
O governo tem como meta fechar o ano com uma economia para o pagamento de juros equivalente a 0,15% do PIB. No ano até julho, o resultado ficou superavitário em 0,19% do PIB, sustentado principalmente pelo desempenho favorável de Estados e municípios nos primeiros meses do ano.
O governo federal e as estatais registraram um deficit somado de R$ 9,9 bilhões no período, enquanto os governos regionais acumularam um resultado positivo de 16 bilhões.
JUROS
Além de não ter conseguido economizar receitas no mês passado, o setor público também viu suas despesas com juros darem um salto. A conta somou R$ 63 bilhões, mais que o dobro registrado há um ano, alavancada principalmente por perdas do BC com as operações de swap – proteção ao mercado contra a variação do câmbio.
No acumulado em 12 meses, o país pagou R$ 451,8 bilhões em juros, o equivalente a 7,9% do PIB.
A combinação do deficit primário com uma conta elevada de juros resultou em um deficit nominal de 8,8% do PIB no acumulado em 12 meses, também o mais elevado da série.
Sob o impacto desse desempenho, a dívida pública aumentou para 64,6% do PIB em julho, ante 63,2% do PIB em junho, e o BC espera nova elevação em agosto. Segundo Rocha, a projeção é que essa relação, que é acompanhada de perto pelas agências de classificação de risco, feche este mês em 64,9%.