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SP lança recorde de escritórios em 2011

Foram mais de 7.000; desde 2008, tamanho médio encolheu 30%, para 43 m², mas preço do m² subiu 54%, para R$ 11 mil

A culpa é de terrenos escassos e mais caros; Santo Amaro (na zona sul) e Perdizes (na oeste) se destacam

MARIANA SALLOWICZ
CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

O lançamento de salas comerciais na capital paulista em 2011 foi o maior da história, chegando a 7.259 unidades, segundo dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio) obtidos pela Folha.

O levantamento começou em 1985. O total é 24% maior que o de 2010 e o triplo do observado em 2008. Também houve recorde na região metropolitana (12.118 unidades).

Com terrenos mais escassos e caros na capital, os novos escritórios encolheram, o que ajuda a explicar o maior número de unidades, e o valor de venda do metro quadrado aumentou.

De acordo com a Embraesp, entre 2008 -ano em que o boom do setor imobiliário começou- e 2011, o tamanho médio das salas comerciais lançadas diminuiu 30%, de 61 m² para 43 m².

O preço médio do metro quadrado subiu 54%, de R$ 7.083 para R$ 10.887 -dados se referem à capital paulista.

"Os terrenos em São Paulo estão mais escassos", diz João Crestana, presidente do conselho consultivo Secovi-SP (sindicado da habitação).

"Além disso, considerando o ajuste [alta] de preços dos imóveis, unidades menores são comercializadas com mais facilidade", afirma.

Roberto Coelho da Fonseca, diretor de incorporação da imobiliária Coelho da Fonseca, diz que a empresa começou a investir no lançamento de salas de até 25 m².

"Dessa forma, o valor do imóvel não fica tão alto e conseguimos alcançar o investidor iniciante no mercado imobiliário comercial."

NOVA GEOGRAFIA

Entre os bairros que mais se destacaram quanto ao aumento de salas comerciais novas, estão Santo Amaro (zona sul), Barra Funda e Perdizes (zone oeste).

"Na zona sul, as salas se destinam, principalmente, a prestadores de serviços, como consultores, que atendem grandes empresas da região da Berrini", diz Mirella Parpinelle, diretora de atendimento da Lopes.

Já na zona oeste, novos empreendimentos residenciais de alto padrão fazem crescer a demanda por outros serviços, como o médico.

"Sempre houve lançamentos de salas comerciais em endereços mais nobres, como o Itaim", diz Luiz Paulo Pompéia, diretor da Embraesp.

"Agora, cresceu a demanda em bairros fora desse eixo. Para despachantes e dentistas, basta um espaço pequeno para atender."

Coelho da Fonseca prevê mais crescimento nesse mercado. "O estoque de salas em São Paulo é baixo."

Para Pompéia, o preço está "no limite" em algumas regiões, como o Paraíso (zona sul), em que o valor médio do metro quadrado de área útil chegou a R$ 20 mil em 2011.

"Mas ainda há espaço para valorização em muitos locais, como Vila Leopoldina (zona oeste)", afirma. No bairro, o metro quadrado está em R$ 8.942.

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