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Dois terços das desapropriações para Viracopos estão na Justiça

AGNALDO BRITO
ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS

O consórcio que levar a concessão de Viracopos terá de assumir o complicado processo de desapropriação de 16 quilômetros quadrados do entorno do aeroporto. Das 1.164 ações de desapropriação ajuizadas pela Infraero nessa área, a estatal tem posse de somente 388 propriedades, um terço do total.

Os 16 km² disponibilizados em decreto federal para desapropriação darão ao consórcio vencedor área suficiente para ampliar o terminal de carga, erguer os novos terminais de passageiros e construir a segunda pista.

"Quem pegar Viracopos terá de assumir essa conta da desapropriação e não vai ficar barato", afirma Fábio Ming, advogado responsável por 17 processos judiciais movidos por proprietários rurais.

A área também abriga bairros residenciais e grandes campos de polo. Ming diz que o custo da desapropriação da área, estimado em R$ 82 milhões pela Infraero, pode quadruplicar.

Os moradores acham que a indenização não cobre a aquisição de outro imóvel equivalente ao desapropriado. "A primeira oferta que recebi foi de R$ 39 mil. Entrei na Justiça pedindo a revisão da avaliação, e o novo valor subiu para R$ 99 mil. Eles haviam considerado o terreno, mas não a casa, o muro e outros melhorias", diz Benedito do Santos, 55.

CASEIROS

Dinorá Pires de Goes, presidente de uma associação de moradores, alerta para a situação dos caseiros. Eles não são donos das áreas, terão de deixar o imóvel com suas famílias e o complexo habitacional erguido do outro lado da cidade não está pronto.

A previsão é que essas famílias sejam levadas para a nova área em março. Entretanto, nem todas as famílias serão beneficiadas. A Folha localizou uma família não cadastrada. O proprietário do imóvel já determinou a saída da caseira -uma mulher com seis filhos- sem sucesso.

Fabiana Juliani, 33, vive numa residência no Parque Central, um bairro já quase fantasma. Várias casas da vila foram destruídas, piscinas abandonadas viraram criadouro de mosquitos transmissores de doenças como a dengue.

Em ruínas, o bairro virou área perigosa, usada como esconderijo por quadrilhas especializadas em roubo de carga e de automóveis.

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