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Mulheres ficam fora do conselho do Facebook Entidade envia carta a Mark Zuckerberg reivindicando presença feminina em cúpula HELTON SIMÕES GOMESCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA "Minha geração, infelizmente, não vai mudar os números. Não haverá 50% de mulheres à frente de qualquer empresa", desabafou a chefe de operação do Facebook, Sheryl K. Sandberg, em 2010, na palestra "Por que temos tão poucas líderes", no TED, rede de conferências. Ignorando a postura atuante de sua gestora pela igualdade entre os gêneros, o Facebook não listou nenhuma mulher entre os sete integrantes de seu conselho administrativo -instância que chancela decisões da companhia, como a nomeação do presidente-executivo. A relação está no documento apresentado pela empresa para fazer seu IPO (oferta inicial de ações). Nele, informa que, além de Mark Zuckerberg, a figura-chave no futuro do Facebook é Sheryl. Esperando arrecadar US$ 5 bilhões, a empresa pode ser cotada em US$ 100 bilhões. A informação repercutiu mal nos EUA. Organizadores da campanha 2020wob (Mulheres em Conselhos até 2020) enviaram carta a Zuckerberg, presidente do conselho, cobrando a inclusão de uma mulher em dois anos. Das 1.148 empresas pesquisadas pela 2020wob, 200 não têm mulheres no conselho, como a Amazon, e 354 têm somente uma, caso de Google e Microsoft. "É ultrajante que o Facebook se torne uma empresa aberta sem uma única mulher em seu conselho", disse Mali Gero, diretora do 2020wob, à Folha. Dos 850 milhões de usuários, 57% são mulheres, segundo o Pew Research. Além de Zuckerberg, estão no conselho conhecidos do Vale do Silício, como Peter Thiel, cofundador do PayPal, e Reed Hastings, do Netflix. Sheryl é conselheira, mas do Starbucks e da Disney. O Facebook vai na contramão do mercado. Das 500 maiores empresas dos EUA listadas pela revista "Fortune", 88,7% têm mulheres no conselho, segundo o instituto de pesquisa Catalyst. Mas a divisão não é igualitária: a ala feminina fica com apenas 15,7% dos assentos. DIVERSIDADE No Brasil, 5% das vagas em conselhos são ocupadas por mulheres. Nos EUA e no Brasil não há lei que fixe cotas por gênero em conselhos, como na Noruega. Lá as mulheres ocupam 39,5% dos assentos em conselhos, abaixo da reserva de 40% estabelecida em 2008. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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