Índice geral Mercado
Mercado
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Empresas miram público da Campus Party

Evento de tecnologia que começa amanhã é usado por empresas para conhecer o perfil dos futuros compradores

Praticamente 80% dos visitantes têm entre 18 e 29 anos; vocação de negócios do evento em SP cresce ano a ano

Fotos Gabo Morales/Folhapress
Barracas que serão usadas pelos participantes do evento no Anhembi, em SP
Barracas que serão usadas pelos participantes do evento no Anhembi, em SP

CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO

Considerada a versão tecnológica do festival Woodstock, que marcou a era hippie pela liberdade de expressão dos participantes, a Campus Party começa a despontar como um grande laboratório para empresas estudarem o comportamento de seus potenciais clientes.

Até pouco tempo os participantes do maior evento de inovação do Brasil -que começa amanhã em São Paulo- não eram interpretados como algo além de "nerds" fascinados por internet, dispostos a varar madrugadas em frente aos computadores. Hoje são vistos como fontes de inspiração para novos produtos e tendências.

Serão cerca de 7.000 participantes, sendo 5.000 acampados. Outras 200 mil pessoas são aguardadas na área expo (grátis e aberta ao público). Do total, 80% têm entre 18 e 29 anos, e 55,3% deles moram em São Paulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro.

"O evento foi descoberto como um lugar para conhecer o perfil dos jovens conectados, entender como, o que e onde consomem", diz Mário Teza, da Futura Networks, organizadora do evento.

Cerca de 50 empresas patrocinam o evento e adotam o marketing interativo de relacionamento que demandou R$ 50 milhões, o triplo dos investimentos diretos feitos pela organização.

A Telefônica/Vivo é a responsável por fornecer a conexão de alta velocidade, de 20 gigabits por segundo, o dobro do volume do ano passado. Além da infraestrutura, terá um espaço na área de exposições com palestras, bate-papo e até culinária.

Também na área de tecnologia, a HP será responsável por fornecer a infraestrutura de redes com e sem fio que dá suporte ao evento, e terá mais de dez profissionais dispostos a falar em bom "tecniquês" para os interessados em saber os bastidores da comunicação no evento.

Do setor de varejo está o Walmart, disposto a entregar produtos comprados em seu site até mesmo para o consumidor que estiver acampado na Campus Party.

"Dá para testar o serviço e ainda captar as tendências que não necessariamente observamos nas pesquisas tradicionais com consumidores", diz Roberto Oliveira, diretor de marketing de comércio eletrônico.

ANTROPOLOGIA

Participante desde a primeira edição da Campus Party, em 2008, a Intel usou dois antropólogos para pesquisar como vivem, do que falam e como os "campuseiros" interagem com a tecnologia.

O diretor Cassio Tietê chegou até a acampar no evento e levou de volta aos laboratórios de pesquisa da Intel ideias dos participantes.

Neste ano, a empresa terá em seu espaço de mais de mil metros quadrados um campeonato de games, onde vai ouvir as percepções dos jogadores e possivelmente incorporar as reivindicações em seus futuros chips.

"A era em que a Campus Party era vista somente como um espaço de diversão ficou para trás. A vocação de negócios cresceu", diz Teza.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.