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Consórcio de fundos de pensão ganha Cumbica

DE SÃO PAULO

O governo concedeu os três mais atraentes aeroportos brasileiros, mas poderá continuar a ser o dono do maior deles, o de Guarulhos (SP).

O vencedor da licitação, o consórcio Invepar-Acsa, é formado pela brasileira Invepar (com 90%) e com a operadora sul-africana Acsa (10%).

A Invepar é formada pela construtora OAS, com 50% do capital, e os três maiores fundos de pensão de empresas públicas -Previ, do Banco do Brasil, Petros, da Petrobras, e Funcef, da CEF- com a outra metade das ações.

Como a nova empresa que vai operar o aeroporto terá 49% de capital da Infraero e 51% da Invepar-Acsa, a estatal e os fundos de pensão terão 63% das ações da companhia que vai gerir Guarulhos.

O ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt e o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, afirmaram que o governo não vai ter influência na administração da nova empresa. Mas que a Infraero pretende se manter com o tamanho atual e, caso haja aumento de capital, a estatal vai entrar com mais dinheiro para evitar ser diluída.

Em Campinas, a vencedora da licitação foi o consórcio Aeroportos do Brasil, formado pelas construtoras TPI e UTC (90%) e a operadora francesa Egis Airport (10%).

Em Brasília, venceu o consórcio Inframérica, formado por Engevix (50%) e Casa (50%), operadora argentina com 49 aeroportos no mundo, entre eles o de São Gonçalo do Amarante (RN), o primeiro brasileiro privatizado.

Os ágios (sobrepreços) no leilão foram considerados altos. Em Guarulhos, o consórcio ofereceu R$ 16,1 bilhões por 20 anos de contrato, 373% mais que o preço mínimo.

Ano a ano, a empresa terá que pagar ao governo R$ 800 milhões. O valor da outorga é maior que toda a arrecadação do aeroporto em 2010 -R$ 693,1 milhões. A operadora terá de bancar ainda obras avaliadas em R$ 4,6 bilhões -R$ 1,4 bilhão até 2014.

"As propostas refletiram muito mais o espírito de risco", afirmou o advogado Adelmo Emerenciano.

Em Campinas, com R$ 3,8 bilhões, o ágio foi de 159%. Brasília teve o mais alto, 675% -chegando a R$ 4,5 bilhões.

Esse valor ocorreu porque foi Brasília foi o único aeroporto para o qual houve disputa na fase de viva-voz. O consórcio da mineira Fidens com a ADC&HAS (EUA) deu um lance e saiu do páreo.

Na disputa com o grupo formado por brasileiros e argentinos, os espanhóis da OHL/Aena desistiram depois do terceiro lance.

Em Guarulhos e Campinas, não houve essa disputa. A proposta vencedora foi dada nos lances em papel. A segunda colocada em Guarulhos foi a proposta da brasileira EcoRodovias com a alemã Fraport, que ficou R$ 3,3 bilhões abaixo da vencedora.

"Estamos seguros do que fizemos", disse Gustavo Rocha, presidente da Invepar.

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