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Caso PanAmericano tem 22 indiciados

Investigação bloqueia R$ 21 milhões em investimento dos suspeitos, que podem pegar até 31 anos de prisão

Inquérito da Polícia Federal lista ao Ministério Público acusação de uma série de crimes financeiros

FLÁVIO FERREIRA
JULIO WIZIACK
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Após mais de 13 meses de investigação, a Polícia Federal concluiu o inquérito sobre as fraudes contábeis no Banco PanAmericano, antiga instituição do empresário Silvio Santos, cujo rombo chegou a R$ 4,3 bilhões e que teve de ser socorrida pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

Na investigação, conduzida pelo delegado Milton Fornazari, saíram indiciadas ao todo 22 pessoas -entre elas cinco ex-diretores, três ex-funcionários, além de um ex-presidente do Grupo Silvio Santos-, sob a acusação de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, "caixa dois" e outros crimes financeiros.

Segundo a PF, os principais responsáveis pelos delitos foram o ex-presidente Rafael Palladino e o ex-diretor financeiro Wilson de Aro. Eles teriam coordenado o esquema de envio de dinheiro para empresas de fachada.

As investigações da PF revelaram que, para pagar menos imposto, os ex-diretores recebiam bônus por meio de empresas de fachada.

Cinco pessoas identificadas como "laranjas", sócios das empresas fantasmas, também foram indiciadas.

A PF ainda conseguiu bloquear R$ 21 milhões em investimento dos suspeitos, além de deixar indisponíveis 29 imóveis e três embarcações.

O documento final tem ao menos 10 mil páginas.

O caso foi encaminhado ao Ministério Público Federal, a cargo do procurador Rodrigo Fraga, que juntará informações recebidas das apurações de Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários e da auditoria interna do PanAmericano antes de apresentar uma denúncia à Justiça.

Apesar de ser improvável, o Ministério Público pode pedir o arquivamento do caso.

Se forem condenados, os indiciados poderão receber penas que podem chegar a 31 anos de prisão.

O BC já aplicou penalidades para alguns dos ex-dirigentes, que foram banidos por até 20 anos de atuar no sistema financeiro.

DOAÇÕES POLÍTICAS

Além da fraude contábil e dos vários indícios de crime financeiro, as investigações mostraram que os ex-diretores do banco fizeram doações veladas às campanhas de reeleição do presidente Lula e ao Diretório Nacional do PT à época da eleição da presidente Dilma Rousseff.

O inquérito também apontou um suposto pagamento de propina ao governo tucano do Estado de Alagoas, em troca da quitação de uma dívida da administração estadual com o PanAmericano.

Devido a essas revelações, a Polícia Federal decidiu dividir o inquérito em três: um para apurar fraude financeira (agora concluído), um segundo para investigar se houve tráfico de influência nas doações ao PT e um terceiro sobre o suposto caso de propina envolvendo o governo tucano de Alagoas.

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