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Análise Combustíveis

Produção de petróleo e gás liquefeito deve registrar alta

WALTER DE VITTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O resultado da produção nacional de petróleo e LGN (gás natural liquefeito) desapontou em 2011.

A média anual de 2,19 milhões de barris diários, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo), representou crescimento de apenas 2,5% ante 2010 -abaixo da média anual de 5,3% dos dez anos anteriores.

O desempenho da Petrobras foi o que mais decepcionou, com acréscimo de meros 0,9%. Já a produção das demais empresas, que aumentou 28,5%, também registrou problemas, porém não tão graves.

Merecem destaque os atrasos na entrada em operação da plataforma OGX-1 e o vazamento no campo de Frade, explorado pela Chevron.

Para 2012, nossa expectativa é de crescimento mais expressivo, de 7,0% -o que deve elevar a média diária para 2,35 milhões de barris.

A produção da Petrobras deverá registrar acréscimo de 5,4%, atingindo a média de 2,13 milhões de barris diários.

No caso das demais empresas, para as quais projetamos aumento de 25,7% em 2012 (média de 215 mil barris diários), o destaque é a OGX.

A perspectiva de elevação da produção deverá trazer implicações importantes. A primeira diz respeito ao saldo da balança comercial de hidrocarbonetos, que encerrou 2011 com deficit de US$ 11 bilhões.

Considerando que o crescimento da economia brasileira implica aumento da demanda por derivados de petróleo e que a capacidade de refino do país está no limite, os excedentes exportáveis gerados pela expansão da produção de petróleo impedem o crescimento desmedido do deficit comercial do setor.

Outra consequência direta do aumento da extração de petróleo é o aumento da arrecadação de Estados, municípios e governo federal, por meio do pagamento de royalties e participações especiais.

Tais encargos, que totalizaram R$ 27 bilhões em 2011, dependem, entre outros aspectos, do volume produzido. Uma última implicação está relacionada ao resultado das empresas.

Tudo o mais constante, o aumento da produção de petróleo implica maiores receitas, diluição dos custos fixos e menor necessidade de capitais de terceiros para o financiamento das atividades, com reflexos positivos sobre o lucro e o valor de mercado das empresas.

WALTER DE VITTO, mestre em economia pela FEA-USP, é analista da Tendências Consultoria.

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