Custo de comer fora varia até 58% no país

O brasileiro paga até 58% mais para comer fora de casa em alguns locais do Sudeste -como a Grande São Paulo (incluindo a capital) e a cidade do Rio- do que em Fortaleza, município com a refeição mais barata do país, segundo levantamento em cerca de 4.000 estabelecimentos do Brasil que aceitam tíquete e vale-refeição.

No conjunto dos preços cobrados por uma refeição fora de casa em 2011 -com prato principal, sobremesa, bebida não alcoólica e café-, o brasileiro gastou, em média, R$ 22,37. A alta do custo das refeições em relação a 2010 foi de 5,97%. No ano passado, o valor médio era R$ 21,11.

Os dados fazem parte de pesquisa encomendada pela Assert (Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador) ao Instituto Análise.

"O item alimentação fora do lar tem um peso elevado sobre o orçamento familiar, retém mais de 30% dele", afirma Artur Almeida, presidente da Assert.

O aumento de custo em 2011, no entanto, ficou abaixo do registrado na pesquisa anterior, quando subiu 16%.

Também foi inferior à inflação oficial. O IPCA, medido pelo IBGE, teve alta de 6,5% no ano passado.

"O valor das refeições já está num patamar muito alto, por isso houve essa desaceleração. Mas o custo continuará subindo, com uma velocidade menor", diz Almeida.

Ele afirma que a pressão vem principalmente dos alimentos e bebidas, item com aumento de 7,18% e responsável por 26% da inflação em 2011, de acordo com o IBGE.

O diretor da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, Percival Maricato, diz que outros custos ajudam a explicar a alta. "O aluguel teve um forte aumento."

Além de Fortaleza, as refeições mais baratas do país são as de Porto Alegre e Recife.

A pesquisa, feita entre 20 de outubro e 30 de novembro de 2011, mostra ainda que o vale-refeição médio dos trabalhadores brasileiros em 2011, de R$ 11, cobriu apenas 49% do preço cobrado nos restaurantes do país.